Dados da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador (SMS) apontam que os casos de Adis em adolescentes de 15 a 19 anos dobraram
em relação ao passado. Entre janeiro e setembro deste ano, foram
registrados 22 novos casos da doença na faixa etária ante 11 ocorridos
em 2013. Também houve aumento de novos casos de Aids em pessoas de 50 a 64 anos,
com 69 casos (de janeiro a setembro de 2013) e 82 (mesmo período em
2014). Em relação às outras faixas, houve diminuição dos registros, de
janeiro a setembro. Em relação à Bahia também se verificou queda no
registro de novos casos. De janeiro a outubro de 2014, foram notificados
619 casos, sendo 401 em homens e 218 em mulheres. No mesmo período do
ano passado, o Programa Estadual de DST/Aids registrou 1.183 casos. Para
a coordenadora do programa, Jeane Magnavita, a redução é atribuída, em
parte, ao atraso na entrada de notificações no sistema de informação,
mas também pela menor capacidade das unidades de saúde em detectar a
doença ou, realmente, pela menor frequência de doentes, conforme
informações do A Tarde.
O quadro registrado em Salvador não é diferente em outras cidades baianas, como em Lauro de Freitas, e
os profissionais da área de saúde, portadores do HIV, seus familiares e
ativistas na prevenção, combate e cuidados aos infectados da AIDS são
unânimes em observar que as campanhas institucionais de prevenção à
doença no Brasil, parece passar por um relaxamento por parte das
autoridades públicas de saúde. Os números de portadores da
imunodeficiência entre jovens e pessoas na melhor idade se multiplicam à
medida que a prática sexual entre menores acontece cada vez mais cedo e
sem orientações básicas sobre prevenção, o tabu que ainda existe na
maioria dos lares e um modelo equivocado, acanhado e ás vezes raso de
ensino sobre sexualidade nas escolas são determinantes para o
agravamento do quadro nessa faixa etária. Entre as pessoas entre os 50 a
80 anos, a razão é com certeza a redescoberta da atividade sexual pelo
avanço na medicina, com a disseminação do uso do viagra e outros
medicamentos similares no mercado, além dos repositores hormonais para
homens e mulheres e a longevidade alcançada pela população brasileira.
Outro fator tem haver com o comportamento de indivíduos portadores da
doença, que negligenciam a contagem de linfócitos CD4, que se refere a
carga viral que é uma avaliação quantitativa do RNA do HIV e fornece
informações importantes para monitorar a infecção pelo HIV, para
orientar o tratamento, para prever a evolução futura da doença e aos
riscos de transmissão, ignorando os dados ou simplesmente omitem a seus
parceiros sexuais, ou ainda alegam que a taxa viral está sob controle e
logo sem oferecer risco de contaminação, disseminando o vírus de forma
irresponsável e porque não dizer criminosa.
POR RICARDO VIEIRA
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