Apenas 14% das obras do PAC foram concluídas na Bahia
Os números chamam atenção em todos os sentidos. São 638 obras de
saneamento básico na Bahia que custaram mais de R$ 3 bilhões, com
recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Em vez de aceleradas, essas obras seguem, na sua maioria, empacadas.
Segundo dados do último relatório regional do PAC, divulgado no dia 30
de outubro, apenas 90 delas foram concluídas.
Para ser mais preciso: 14% do total. O resto segue em fase de licitação, de contratação ou em obras.
Há projetos que começaram em 2007 e ainda não foram finalizados, como
acontece em Alagoinhas, Camaçari, Candeias, Feira de Santana, Ilhéus,
Juazeiro,Lauro de Freitas,entre outros municípios. Enquanto isso,
populações convivem em meio a esgoto a céu aberto por conta de um
problema gravíssimo: a falta de saneamento.
Nos últimos anos, a Bahia aumentou sua rede de esgotamento sanitário,
mas ainda há muito por fazer. Na avaliação do presidente executivo do
Instituto Trata Brasil, Edison Carlos, a partir do momento que há um
atraso dessas obras, você condena uma população a permanecer vítima de
doenças, infecções e enfermidades.
Apesar dos baixos resultados, o coordenador Executivo de Articulação e
Monitoramento da Casa Civil do governo da Bahia, Luiz Henrique D´Utra,
diz que os números de saneamento do estado estão acima da média nacional
e que a Bahia figura entre os dez estados com melhor desempenho do
Brasil, segundo o 10º Balanço do PAC 2.
Mesmo reconhecendo os problemas que esses atrasos acarretam na vida das
populações, Edison Carlos informa que a situação da Bahia é comum. “No
caso do PAC 1, são os contratos de 2007 e de 2008 que tiveram problemas
de projeto em várias cidades e também com empreiteiras. Já no PAC 2, as
obras demoraram a começar por conta da burocracia em Brasília para a
verba chegar ao interior. Houve casos em que levou até dois anos para
resolver a questão da documentação”, explica.
Além do excesso de burocracia, os especialistas também apontam outro
problema que impactou no andamento dessas obras. O Brasil ficou 20 anos
sem investimentos na área do saneamento básico, só voltou a ter depois
da criação do Ministério das Cidades e com o PAC, em 2007.
Com isso, se perdeu muito do conhecimento existente no país na área do
saneamento. “Isso acabou desestruturando a cadeia de profissionais da
engenharia”, avalia o presidente da Associação Brasileira das Empresas
Estaduais de Saneamento Básico (Aesbe), Roberto Cavalcanti Tavares.
Fonte: Correio da Bahia
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