quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Senado aprova o golpe e destitui Dilma

Senadores derrubam a primeira mulher a presidir o País em um processo de base jurídica frágil e questionado por ampla parcela da sociedade
Lula Marques / AGPT
Dilma Rousseff
Dilma Rousseff durante sua defesa e interrogatório no Senado, na segunda-feira 29



Dilma Vana Rousseff, a primeira mulher a presidir o Brasil, reeleita em outubro de 2014 com 54 milhões de votos, foi removida de forma definitiva do poder nesta quarta-feira 31 pelo Senado, que confirmou seu impeachment por 61 votos a 20, sem nenhuma abstenção. Com o resultado, que será questionado pela defesa de Dilma no Supremo Tribunal Federal (STF), Michel Temer, interino desde 12 de maio, assume a presidência da República de forma definitiva até 2018.
Ameaça Temer uma ação aberta pelo PSDB no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pede a cassação da chapa vitoriosa nas eleições de 2014. Caso o TSE casse a chapa Dilma-Temer ainda neste ano, novas eleições seriam convocadas. Se isso ocorrer a partir de 2017, um novo presidente da República seria eleito indiretamente pelo Congresso. Há dúvidas, entretanto, a respeito da vontade política da Justiça Eleitoral, hoje presidida por Gilmar Mendes, de levar adiante a ação.
A votação no Senado é o desfecho de um longo processo, cujo resultado estava definido há meses. No julgamento, em tese, os senadores avaliaram que a emissão de três decretos orçamentários sem autorização do Congresso e o atraso no repasse do Tesouro Nacional ao Banco do Brasil por conta do pagamento do Plano Safra, a chamada "pedalada fiscal", configuram crimes de responsabilidade.
Na prática, o que se viu foi um processo coberto por um verniz de legalidade, promovido pelo cumprimento das regras procedimentais previstas na Constituição, mas definido por uma batalha política na qual os vencedores buscaram um motivo qualquer para legitimar a destituição da presidenta.
O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão ligado ao legislativo e composto majoritariamente por ex-parlamentares, desempenhou um papel central no processo. No TCU foram elencados os argumentos para legalizar a remoção de Dilma Rousseff, uma história que ainda não chegou a seu fim.
Na terça-feira 30, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou a intenção de ingressar com uma representação no Ministério Público Federal e no Conselho Nacional do Ministério Público contra o procurador junto ao TCU, Júlio Marcelo de Oliveira, e o auditor fiscal Antônio Costa D’Ávila. Os dois foram ouvidos no primeiro dia da sessão de julgamento no Senado do processo de impeachment e D’Ávila admitiu que auxiliou Oliveira na confecção da representação contra Dilma que posteriormente ele mesmo, D’Ávila, auditou.
Júlio Marcelo de Oliveira
Oliveira, procurador no TCU: ele teve papel central no processo (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)
Eduardo Cunha, o artífice do golpe  
Enquanto o TCU forneceu os "argumentos", o então presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), foi o responsável por colocar em prática o projeto de impedimento da presidenta. Eleito em 1º de fevereiro de 2015, ao derrotar o petista Arlindo Chinaglia, apoiado pelo Palácio do Planalto, Cunha foi desde o início um ferrenho opositor do governo, embora integrasse a base aliada.
Acossado pelas investigações da Operação Lava Jato, Cunha elegeu o Executivo como alvo e buscou a todo tempo encurralar Dilma Rousseff. Para muitos, tratava-se de uma estratégia para forçar o governo a interferir no trabalho do Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República.
Cunha não poupou esforços. Autorizou a abertura de CPIs contra o governo, acelerou as análises das contas de Dilma e pautou projetos de lei, bem como votações de vetos presidenciais, que implicariam no aumento de gastos do governo em um período no qual o Planalto trabalhava para aprovar um ajuste fiscal. Mais importante que as "pautas-bomba", o peemedebista orientou os autores do pedido de impeachment a adaptar a peça acusatória às exigências burocráticas do Parlamento. 
Outro objetivo da pressão sobre o Executivo era conseguir o apoio do PT contra a sua cassação no Conselho de Ética da Câmara. Por meses, o deputado cortejou governo e oposição de forma a evitar o avanço da análise de seu caso pelo Conselho de Ética. Cunha é acusado de quebra de decoro parlamentar por mentir a respeito da existência de contas na Suíça em seu nome. O parlamentar tem ao menos 5 milhões de dólares depositados no exterior. 
As ameaças do peemedebista foram públicas, mas a direção do PT decidiu não ceder à chantagem. 
Às 14 horas de 2 de dezembro de 2015, os deputados petistas Leo de Brito (AC), Zé Geraldo (PA) e Valmir Prascidelli (SP) anunciaram que votariam pela cassação de Cunha no Conselho de Ética. Quatro horas depois, o então presidente da Câmara concedeu entrevista coletiva na qual anunciava o acolhimento do pedido de impeachment assinado pelos advogados Janaína Paschoal, Miguel Reale Jr. e Helio Bicudo.
Cunha
2 de dezembro de 2015: Cunha acolhe o pedido de impeachment (Foto: Lula Marques/Agência PT)
A aceitação do pedido  teve como uma de suas justificativas o significativo apoio popular à remoção de Dilma Rousseff. Durante todo o ano de 2015, com a economia em frangalhos e a enorme repercussão dos casos de corrupção envolvendo o PT na Lava Jato, Dilma enfrentou diversos protestos, os maiores deles em 15 de março, 12 de abril, 16 de agosto e 13 de dezembro de 2015.
Organizados por grupos como o Movimento Brasil Livre, o Vem Pra Rua, o Revoltados Online e grupelhos favoráveis a uma intervenção militar, as manifestações reuniram centenas de milhares que protestavam contra a corrupção e o PT. Alvos de intensa cobertura midiática, os atos serviram de pretexto para Cunha desfechar sua vingança.
A aceitação do pedido de impeachment  e a intensificação das manifestações serviram de senha para a oposição capitaneada pelo PSDB mergulhar de forma definitiva na campanha contra Dilma.
O grupo do senador mineiro Aécio Neves, que desde outubro de 2014 buscou deslegitimar a vitória eleitoral de Dilma, por meio de ações como um pedido de auditoria nas urnas eletrônicas, insistia em um desfecho célere para o processo, mas figuras como José Serra e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, resistiam . Em 10 de dezembro de 2015, oito dias depois de Cunha acolher o pedido, o PSDB, com a bênção de Fernando Henrique Cardoso, fechou posição a favor do impeachment.

O PMDB avança contra a Lava Jato
Com a possibilidade de formar um novo governo baseado no "centrão" fiel a Eduardo Cunha e no PSDB, agora unificado, Michel Temer vislumbrou a chance de assumir a presidência da República. Em atos considerados por Dilma como traição, afastou-se progressivamente da presidenta.
Em 7 de dezembro, Temer vazou uma carta privada a Dilma na qual revelava sua mágoa com a petista e com o núcleo duro do Planalto por ser um "vice decorativo". Mais importante, no documento o vice deixava claro que sua prioridade dali em diante seria a unidade partidária, e não a manutenção do governo.
Por natureza dividido entre diversos caciques regionais, o PMDB divergia a respeito da possibilidade de apoiar Dilma ou fechar questão a favor do impeachment e de Michel Temer. Lideranças como Leonardo Picciani (RJ) e Jader Barbalho (PA) se mantiveram fieis à petista até o início de 2016, mas diante da onda pró-Temer mudaram de lado. Em 29 de março de 2016, por aclamação, com Cunha no papel de estrela da convenção e gritos de "fora PT" e "Temer presidente", o PMDB abandonou oficialmente o governo Dilma.
PMDB
29 de março: PMDB anuncia sua saída do governo Dilma com gritos de 'Temer presidente' (Foto: Igo Estrela/PMDB)
Em maio, ficou demonstrado que o ímpeto de muitos no PMDB para derrubar Dilma tinha um único objetivo: brecar a Lava Jato. Em uma das tantas conversas gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sergio Machado, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) explicitiva:. "Tem que resolver essa porra... Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria". A conversa prosseguiu:
MACHADO: Rapaz, a solução mais fácil era botar o Michel [Temer].
JUCÁ: Só o Renan [Calheiros] que está contra essa porra. 'Porque não gosta do Michel, porque o Michel é Eduardo Cunha'. Gente, esquece o Eduardo Cunha, o Eduardo Cunha está morto, porra.
MACHADO: É um acordo, botar o Michel, num grande acordo nacional.
JUCÁ: Com o Supremo, com tudo.
MACHADO: Com tudo, aí parava tudo.
JUCÁ: É. Delimitava onde está, pronto.

Governo desarticulado, Lula torpedeado
Durante todo o período de crise, ficou clara a dificuldade de articulação de Dilma e do PT, este duramente atingido pelo avanço da Lava Jato. A tentativa derradeira de salvação do governo foi a convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assumir a Casa Civil. O objetivo era unir a notória capacidade de articulação de Lula ao poder da "caneta", de nomear aliados para cargos disputados em Brasília. A carta final de Dilma e do PT foi, porém, torpedeada por setores contrários a sua permanência no poder, com o apoio do juiz Sergio Moro.
Lula foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil em 16 de março, mas na noite do mesmo dia a divulgação de áudios interceptados pela Polícia Federal no âmbito da Lava Jato paralisaram o País. Gravados entre 17 de fevereiro e 16 de março, os grampos foram tornados públicos no dia da posse de Lula por Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, responsável pelos inquéritos da Lava Jato em primeira instância.
Entre as gravações, que traziam inclusive conversas pessoais de familiares de Lula, um áudio específico provocou imensa polêmica. Captado às 13h32 de 16 de março, depois de o próprio Sergio Moro ter determinado o fim das escutas contra o ex-presidente, o grampo trazia uma conversa entre Lula e Dilma.
Lula
Cerimônia de posse de Lula como ministro da Casa Civil, em 17 de março (Foto: Ichiro Guerra/PR)

Nela, os dois falam a respeito do "termo de posse", documento que confirmaria a nomeação de Lula para a Casa Civil, e Dilma diz para ele ser usado só "em caso de necessidade". O diálogo foi imediatamente interpretado como uma tentativa de Dilma de impedir uma eventual prisão de Lula, investigado na Lava Jato, e o veredito tomou as manchetes dos maiores veículos de mídia do País. Dois dias depois, em 18 de março,Gilmar Mendes suspendeu monocraticamente a posse de Lula, decisão  jamais submetida ao plenário do Supremo.
Apenas em junho, Teori Zavascki, colega de Mendes no STF e relator da Lava Jato na Corte, proferiu decisão afirmando que o áudio sobre o termo de posse foi colhido "sem abrigo judicial".
Sem a força política de Lula, Dilma viu seu governo se desfazer. Temer, que em 2015 avaliava o impeachment como "impensável", passou a formar um governo paralelo, composto por uma série de deputados federais do centrão de Cunha e que tem como segundo partido mais importante o PSDB, derrotado quatro vezes consecutivas nas urnas desde 2003. Neste contexto, a Câmara e o Senado, em meio a debates acalorados que mostraram o crescente isolamento do PT, apenas formalizaram a realidade política formada nas páginas de jornais e gabinetes.
saiu; cartacapital.com.br

Lidice lamenta “condenação” de Dilma por senadores em impeachment

 
A senadora baiana, Lidice Da Mata (PSB), afirmou que a decisão dos senadores de afastarem a presidente Dilma Rousseff do poder, pelo processo de impeachment, será uma página infeliz da história do Brasil. “Vivemos uma página infeliz da História do Brasil. (...) Dilma foi "condenada" por 61 senadores. 20 votaram contra o impeachment”, disse.
 
 
Em suas redes sociais, a parlamentar comemorou ainda a decisão do Senado de manter os direitos políticos da petista.  “Por 42 votos a 36, Dilma não ficará inabilitada a exercer função pública. E nós não vamos desistir da democracia! ”.  As afirmações foram feitas em sua rede social.
 
Lidice foi uma das representantes da Bahia que votaram contra o afastamento. Os senadores Otto Alencar (PSD) e Roberto Muniz (PP) também disseram não ao processo. 

saiu; www.bocaonews.com.br

Vera Cruz: menino de 10 anos foi morto por 'entregar' colega de sala

De acordo com a polícia, um dos suspeitos arremessou a bolinha de papel em outra colega, e Jeferson Nascimento o dedurou
Familiares e amigos do estudante Jeferson Nascimento Santos, 10 anos, ainda estão inconformados com a morte do garoto, que teve o corpo encontrado na manhã desta quarta-feira (31). Eles se reuniram na porta da delegacia e do Fórum de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, Região Metropolitana de Salvador, com cartazes pedindo justiça pela morte do garoto, que, segundo a polícia, foi motivada por uma bolinha de papel, que gerou uma briga na Escola Municipal Raimundo Afonso Borges, onde ele estudava no 4º ano.
De acordo com o titular da 24ª Delegacia (Vera Cruz), Geovani Paranhos, um dos suspeitos da morte, um adolescente de 14 anos, era colega de sala de Jeferson e estaria envolvido na briga na escola. “Chegamos aos jovens, adolescentes de 14 e 16 anos, na segunda-feira, a partir da denúncia do pai que tinha tido uma briga entre Jeferson, um dos suspeitos e uma menina. Eles compareceram à delegacia na segunda-feira, negaram o crime, mas depois confessaram”, disse o delegado. 
Jeferson foi morto com quatro facadas e pauladas
(Foto: Arquivo Pessoal)
De acordo com o diretor da escola, o garoto foi suspenso porque trocou socos e pontapés com a colega de sala. Ainda segundo ele, apenas Jeferson e a colega foram suspensos. O adolescente de 14 anos suspeitos de cometer o crime, colega também de sala de Jeferson, não foi punido. "Começou com isso de jogar bolinha de papel. Sabe como é criança, né?", disse Paulo Ribeiro, diretor da unidade, onde estudam 107 alunos. A escola não teve aula hoje e não deverá ter expediente amanhã por conta do enterro. 
Para o delegado Paranhos, o irmão da menina armou a emboscada e convenceu o colega de sala de Jeferson a atrair o menino para a vingança.
O pedreiro José Luiz dos Santos, 46, pai da vítima, contou que Jeferson negou que tenha jogado a bolinha de papel na colega. “Esse colega tinha jogado uma bolinha de papel na menina, mas ela achou que tinha sido Jeferson, bateu nele. Mas Jeferson negou e disse que foi outro menino e os três foram suspensos”, afirmou.
A briga aconteceu na terça-feira (23) e todos foram suspensos, e só poderiam retornar à escola na presença dos pais, na terça-feira (30). Jeferson foi morto na quinta-feira (25). Ainda de acordo com José Luiz, o filho lamentou pela suspensão. “Ele chegou em casa dizendo: ' eu só vou poder entrar na escola por uma coisa que eu não fiz, porque não fui eu que joguei a bolinha de papel', relatou. “Uma barbaridade dessa, ninguém esperava por isso”, completou.
Na linha de investigação da polícia, o colega de Jeferson teria ficado irritado por ter sido dedurado por ele na escola e premeditou o crime. O adolescente atraiu a vítima para um matagal afirmando que eles iam brincar de caçar no mato, uma das brincadeiras preferidas do garoto. Jeferson foi morto com quatro facadas e pauladas.
A mãe do adolescente é vizinha da família de Jeferson, mas negou à polícia que tivesse conhecimento sobre o crime. De acordo com o delegado, o adolescente de 14 anos se mostrou arrependido. Ele e o outro adolescente de 16 anos, foram levados ao Fórum, onde uma multidão se aglomera, pedindo justiça. Viaturas da Rondesp RMS fazem o reforço do policiamento na porta da unidade. Os dois devem ser transferidos para Salvador ainda hoje.
O corpo de Jeferson foi levado para o Departamento de Polícia Técnica, em Santo Antônio de Jesus. Ainda não há informação sobre o enterro.
saiul; www.correio24horas.com.br

Lídice da Mata contraria o PSB e se coloca contra o impeachment

É um jogo de farsas, diz Lídice da Mata ao defender Dilma

"Muitos capítulos ainda não foram revelados, mas o tempo implacável trará tudo a luz do sol"

                                                                                                                        Foto: Agência Senado
A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou nesta terça-feira, 30, em discurso final no processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), que os depoimentos revelaram que não houve crime de responsabilidade da presidente.
A senadora baiana reforçou que o processo de impeachment deixou claro um ‘conluio’ entre o Tribunal de Contas da União (TCU), do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente interino Michel Temer.“As inúmeras manifestações dos senhores senadores impuseram um quadro completo e evidenciaram toda trama. Muitos capítulos ainda não foram revelados, mas o tempo implacável trará tudo a luz do sol.
Mas muitas coisas ficaram cristalinas. O conluio dos técnicos do TCU, o patrocínio do partido derrotado nas urnas, o gasgter político, Eduardo Cunha, e sua vingança.
A traição de um vice presidente que articulou para derrubar a presidente. A deslealdade de pessoas que usufruíam de cargos. A presidente Dilma Rousseff não cometeu nenhum crime de responsabilidade e aí se apela para o conjunto da obra. Não tem outro nome: é golpe parlamentar. É um jogo de farsas””, disse Lídice.
saiu;  www.tribunadabahia.com.br

Dilma e a democracia à espera do veredito do Senado

Se confirmada a tendência pela cassação da presidenta afastada, o PMDB retornará ao poder pela terceira vez de forma indireta

Marcos Oliveira/Agência Senado
Dilma Rousseff
"Estamos a um passo de um verdadeiro golpe de Estado", afirmou Dilma ao Senado
Reeleita em 2014 com 54 milhões de votos, Dilma Rousseff enfrentará, nesta quarta-feira 31, o veredito do Senado. A petista tem ciência do que a espera. O número de senadores que já declararam, em algum momento, voto favorável ao impeachment é suficiente para a cassação do seu mandato, com a consequente perda dos direitos políticos por oito anos.
Se os parlamentares mantiverem a posição anunciada anteriormente, Dilma será a primeira presidente a deixar o cargo desta forma. Em 1992, Fernando Collor de Mello renunciou antes da votação final – algo que a petista, ex-militante da luta armada contra a ditadura, sempre se negou a fazer.
Na coordenação do julgamento do impeachment, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski permitiu que os pronunciamentos de senadores avançassem pela madrugada, de forma a assegurar uma decisão hoje.
O início da sessão está previsto para às 11 horas. O voto será nominal e aberto, computado pelo painel eletrônico, onde o placar será divulgado. Assim, é improvável a repetição do circo montado na Câmara em 17 de abril, quando deputados assumiram o microfone para dedicar votos a parentes, vilarejos e até mesmo torturadores.
Ciente de que o processo de impeachment chegara à reta final praticamente definido, Dilma adotou um discurso bem mais incisivo ao depor no Senado, na segunda-feira 29. "Estamos a um passo de um verdadeiro golpe de Estado", afirmou na ocasião. Ao longo de pronunciamento de cerca de 40 minutos, Dilma acusou a oposição ao seu governo de não respeitar o resultado das urnas e de semear a crise.
“Os partidos que apoiavam o candidato derrotado nas eleições fizeram de tudo para impedir a posse e estabilidade do meu governo. Pediram auditoria nas urnas, impugnaram minhas contas eleitorais e após a posse buscaram de forma desmedida quaisquer fatos que pudesse justificar um processo de impeachment”, afirmou Dilma. "As provas produzidas deixam claro que as acusações contra mim dirigidas são meros pretextos. São apenas pretextos para derrubar um governo legítimo, escolhido em eleição direta. São pretextos para viabilizar um golpe na Constituição”.
Iniciado na quinta 25, o julgamento no Senado expôs, uma vez mais, a fragilidade da base jurídica do impeachment. Formalmente, a presidenta é acusada de violar a Lei de Responsabilidade Fiscal ao editar decretos de crédito suplementar sem autorização do Congresso, além de atrasar repasse de 3,5 bilhões de reais do Tesouro Nacional ao Banco de Brasil para pagamento do Plano Safra, programa de crédito agrícola. Para acusadores, tal prática configura um irregular empréstimo cedido por um banco estatal à União.
Esses são os atos pelos quais Dilma é julgada, mas no debate legislativo são pouco lembrados. Até mesmo os advogados que assinaram o pedido de impeachment recorrem, com frequência, a bravatas políticas. Na terça 30, Miguel Reale Jr. aproveitou o espaço aberto à acusação no Senado para atacar os governos petistas, tanto de Dilma quanto de Lula. "É uma administração pública não baseada no mérito, mas na sinecura, na difusão de que o que importa é ser malandro. O País não quer mais isso".
Janaína Paschoal
Cena do espetáculo de Janaína Paschoal no julgamento do impeachment (Foto: Edimílson Rodrigues / Agência Senado)
Janaína Paschoal, por sua vez, lançou mão de mais um discurso inflamado, apresentando-se "como uma defensora do Brasil". A advogada classificou as ações do governo Dilma como um "estelionato eleitoral" e afirmou que a falta de cortes de gastos em 2014 levou à crise econômica. "Tudo isso foi muito bom para o povo ver como é o modo PT de ser. É a enganação. É o PT que não pede desculpas”.

Não é tudo. Paschoal atribuiu a Deus a inspiração que levou tantas pessoas a se articularem o impeachment. Para completar a teatralizada preleção, pediu desculpas a Dilma pelo sofrimento imposto pelo desgastante processo. "Peço que ela um dia entenda que eu fiz isso pensando também nos netos dela", emendou, com os olhos marejados.
Defensor de Dilma no processo, o advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União, ironizou a fala de Paschoal. “Dilma foi torturada. É possível que, naquele momento, alguns de seus acusadores, tomados por uma crise de sentimentalismo, tenham dito: ‘Menina, nós estamos te prendendo pelo bem do País, nós estamos pensando em seus filhos e netos’.”
Cardozo descartou, ainda, a tese de que Dilma cometeu crime de responsabilidade fiscal, além de acusar parlamentares de distorcerem provas. “A Constituição permite que leis autorizem decretos que fazem suplementação de crédito", disse. “Os decretos podem ser baixados se houver compatibilização com as metas orçamentárias”. Segundo ele, a oposição usa “pretextos jurídicos” para promover um golpe. E alertou: a punição “pelo conjunto da obra” não cabe ao Senado, e sim ao povo.
A despeito do abrasado debate jurídico, os parlamentares não demonstraram a menor disposição de rever as posições anunciadas anteriormente. “É um julgamento de cartas marcadas”, observa Marcello Lavenère, ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil e um dos signatários do pedido de impeachment de Collor, em 1992.
A situação de Dilma, avalia Lavenère, é radicalmente distinta daquela de 24 anos atrás. “Até os próprios senadores que afirmam, da boca para fora, que é crime de responsabilidade sabem que não existe nenhum crime”, diz. “O que hoje se discute, pedaladas e Plano Safra, são absolutamente irrelevantes para se constituir crime de responsabilidade com a gravidade de se tomar o mandato do presidente da República”.
O processo teve início em dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acolheu o pedido de impeachment dos advogados Hélio Bicudo, Janaína Paschoal e Miguel Reale Jr. A decisão foi tomada logo após a bancada do PT anunciar apoio à cassação do mandato do peemedebista no Conselho de Ética da Casa.
Michel Temer
Sem vencer nenhuma eleição, PMDB pode emplacar seu terceiro presidente (Foto: Lula Marques / AGPT)
De lá para cá, ocorreram ao menos quatro deliberações sobre o tema no Congresso. Primeiro, a Comissão Especial do Impeachment na Câmara aprovou o parecer do relator Jovair Arantes, do PTB, favorável à abertura do processo. O plenário da Casa Legislativa referendou o relatório em 17 de abril, quando 367 deputados entenderam que havia motivos suficientes para dar seguimento ao impeachment de Dilma.

No Senado, o tucano Antonio Anastasia, assumiu a relatoria do caso. Como previsto, apresentou parecer favorável à destituição da presidenta petista. O texto foi aprovado tanto na comissão especial do Senado dedicada ao tema, quanto no Plenário da Casa.
Essa última votação no plenário do Senado, em 10 de agosto, terminou com 59 votos favoráveis a levar Dilma a julgamento – prenúncio da forte tendência de aprovação do impeachment. São necessários 54 votos entre os 81 senadores para que a petista seja afastada definitivamente.
O interino Michel Temer tem pressa. Pretende viajar ainda hoje para o encontro do G20 (grupo das maiores economias do mundo) na China. Outro que não esconde a ansiedade é o senador tucano Aécio Neves, derrotado por Dilma nas eleições de 2014. Ao discursar no Senado na terça-feira 30, fez questão que acenar para a gestão do peemedebista: "O Brasil precisa de um conjunto de reformas que demandarão coragem, ousadia e determinação do novo governo e estaremos do seu lado para construir um tempo de esperança e confiança".
Se confirmado o impedimento de Dilma, o PMDB retornará ao poder pela terceira vez de forma indireta. A primeira ocorreu em 1985, quando o então vice José Sarney assumiu o governo após a morte do presidente Tancredo Neves, antes mesmo de tomar posse. A segunda aconteceu em 1992, com a renúncia de Collor. Eleito vice-presidente pelo PRN, Itamar Franco filiou-se ao PMDB pouco antes do episódio.
* Com informações da agência Deutsche Welle
saiu; www.cartacapital.com.br

Abuso de poder religioso é crime eleitoral


O abuso do poder religioso, é equiparado pela  lei eleitoral  a outras formas de abuso de poder, quais sejam, o econômico, o político, o ideológico, o da informação e o da autoridade, e sujeito a aplicação das mesmas normas de repressão para as demais formas já previstas.

Quando o assunto é abuso do poder, tema tão caro e imprescindível à democracia e à liberdade do voto, temos um cenário novo para discutir: o abuso do poder religioso e o assédio moral aos fiéis, que tem agitado a reflexão da sociedade sobre a necessidade de revisão da legislação eleitoral vigente. 

Já são conhecidas algumas formas de abuso de poder, quais sejam, o econômico, o político, o ideológico, o da informação e o da autoridade. Mas o poder religioso é novidade das mais recentes eleições. Não só porque passa por cima das leis humanas e das leis de Deus, mas devidos aos meios e artifícios utilizados pelas lideranças políticas, tudo com o indigesto aval das lideranças religiosas.

As condutas vão desde o registro de números de candidaturas de fácil vinculação com números bíblicos, arregimentação de discípulos de células como cabos eleitorais, pedidos de votos na porta das igrejas até os apelos mais emocionais possíveis no altar, durante os cultos de celebração, com uma suposta base equivocada na Palavra de Deus.

É certo que a religião tem o seu poder positivo, de transformar pessoas que buscam cura na alma, estimulando comportamentos que colaboram com a paz na sociedade. É igualmente imprescindível o seu papel de conscientização social, orientando os fiéis na escolha de candidatos que possam contribuir com o aperfeiçoamento da sociedade.

Como em qualquer outro local, o ambiente religioso é também construído socialmente e o cristão, onde quer que esteja atuando deve atuar em conformidade com os preceitos bíblicos. Isso vale para o lar, para os amigos, para a profissão e para a política.

Agora, inaceitável que, como as demais formas espúrias de poder e dominação, o poder religioso venha a atrair aqueles que queiram transformá-lo em um trampolim político, merecendo tal conduta não só a repressão legal da justiça eleitoral, como a repressão interna das autoridades religiosas.

Se é verdade que por meio das eleições os cristãos almejam uma mobilização que faça revigorar valores perdidos na sociedade, cuja ausência tem culminado com o aumento da violência, também se pode afirmar que esses mesmos cristãos devem ser exemplo a partir de seus atos políticos, seguindo o caminho mais correto possível.

Nessas eleições, encontram-se dois casos paradigmáticos sobre a ética cristã. O primeiro caso ocorre quando um candidato, sendo evangélico, abre mão de utilizar essa situação para a disputa, deixando a liberdade de escolha aos fiéis que conhecem seus planos e programas de trabalho. O segundo caso ocorre quando outro candidato faz justamente o contrário, usando argumento de ser evangélico para arregimentar os eleitores por meio de práticas totalmente desaconselhadas pela Bíblia.

Na segunda hipótese, fica mais do que configurado o abuso do poder religioso, o que, ante o silêncio da lei eleitoral nesta parte, autoriza a aplicação das mesmas normas de repressão para as demais formas já previstas.

A Convenção Batista Nacional da Paraíba (CBN-PB), emitiu nota para repudiar qualquer tipo de propaganda, nos púlpitos das igrejas evangélicas, por parte dos líderes e pastores.

A Convenção entende que o uso político dos púlpitos é um desrespeito à legitimidade do culto e à lei eleitoral, que proíbe manifestação política nos templos religiosos.

A nota emite o seguinte texto:

“A CBN-PB entende que é impossível ser apolítico e que o querer ser é de certa forma um sinal de ignorância e alienação. Portanto, somos políticos no sentido mais amplo da etimologia da palavra e louvamos a Deus pela liberdade que a Democracia nos confere de exercermos a nossa cidadania e lutarmos por um país melhor através de um dos instrumentos democrático, o voto.

Entretanto, ao que se refere a propaganda eleitoral dentro dos templos e, mais escancaradamente, na hora de culto, feita por muitos líderes evangélicos, sendo o recinto lugar e momento no qual as pessoas se reúnem com um sentimento cândido voltado para a busca da transcendência, é no mínimo uma atitude covarde e desrespeitosa por parte de quaisquer pastores ou líderes subordinados, além de ser uma que fere a legitimidade do culto, que é totalmente Teocêntrico, o fazendo passar a ser herético por desvio de foco. A legislação é clara: segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o Artigo 13, da Resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, fica proibida toda e qualquer propaganda eleitoral dentro de templo.

Art. 13. Nos bens cujo uso dependa de cessão ou permissão do poder público, ou que a ele pertençam, e nos de uso comum, inclusive postes de iluminação pública e sinalização de tráfego, viadutos, passarelas, pontes, paradas de ônibus e outros equipamentos urbanos, é vedada a veiculação de propaganda de qualquer natureza, inclusive pichação, inscrição a tinta, fixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados (Lei nº 9.504/97, art. 37, caput).

Os batistas consideram como inalienável a liberdade de consciência. Cada pessoa é competente e responsável perante Deus, nas próprias decisões e questões morais e religiosas. A Bíblia revela que cada ser humano é criado à imagem de Deus, é único, precioso e insubstituível. Criado ser racional, cada pessoa é moralmente responsável perante Deus e o próximo.

O pastor, na qualidade de cidadão, pode e deve exercer a sua cidadania normalmente com deveres e direitos conscientes e livres. Mas, a pretensão de tentar manipular o povo de Deus sonegando o tempo do culto para defender politicos não é somente crime, mas se torna uma atitude insana e diabólica.

E disse-lhes: ‘A minha casa será chamada casa de oração.’

Pastor Fábio Feito está Presidente da Convenção Batista Nacional da Paraíba”

Textos de Mirla Regina da Silva Cutrim (Juíza de Direito do Terceiro Juizado Especial Cível) e Anderson Soares

saiu; lauroemfoco

Alunos de duas Escolas Públicas Estaduais anunciam protestos na Estrada do Coco nesta quinta (1)

Resultado de imagem para protestos alunos estaduais Lauro de Freitas
           Alunos de escolas estaduais localizadas em Lauro, anunciam novo protesto na Est. do Coco


Alunos de duas escolas estaduais em Lauro de Freitas devem promover uma caminhada pela Estrada do Coco na manhã desta quinta-feira (1). A informação enviada por representantes do movimento estudantil à nossa redação destaca que os alunos das Escolas Hernano Gouveia Neto, em Vida Nova e do Bartolomeu de Gusmão, no centro da cidade organizam o manifesto.

De acordo com os alunos, o protesto acontecerá em prol dos trabalhadores terceirizados que ainda estão sem receber seus salários à cera de cinco meses, motivo que faz com que os estudantes ainda estejam sem aulas regulares. 

O Governo do Estado depositou, no último dia 15 de julho, o valor referente aos salários atrasados dos trabalhadores terceirizados que prestam serviços à Secretaria da Educação (SEC). De acordo com a secretaria, esses trabalhadores são funcionários de empresas que mantinham contratos com a SEC, encerrados no dia 30 de junho. Segundo a SEC, o Banco do Brasil teria iniciado os pagamentos na época.

Os motoristas devem ter atenção redobrada pois o protesto deve reunir diversos alunos nas imediações do Maxxi Atacado na Estrada do Coco as 8h da manhã.

saiu; ww.ladislauleal.com.b

Confira a agenda dos candidatos a prefeito de Salvador desta quarta-feira (31)

 
Confira a agenda dos candidatos a prefeito de Salvador desta terça-feira (30):
 
Alice Portugal (PCdoB)
 
7h Entrevista Rádio Cruzeiro
 
14 H Caminhada 65 no Bairro da Paz 
 
18 H Jantar de Adesão
 
ACM Neto (DEM)
 
09h – Agenda Administrativa
 
10h – Caminhada em Pernambués
 
11h – Caminhada em Pau Miúdo
 
14h30 – Agenda Administrativa
 
15h30 – Entrevista à Imprensa
 
16h30 – Gravação de Programa Eleitoral
 
 18h30 – Encontro com Amigos da Área Social
 
Claudio Silva (PP)
 
Manhã: gravação de programa eleitoral e reunião com lideranças religiosas
 
Tarde: entrevista ao Jornal dos Taxistas e reunião com lideranças da União de Mulheres de Salvador
 
Noite: inauguração de comitê de vereador no Subúrbio Ferroviário de Salvador
 
Célia Sacramento (PPL)
 
9h30 - Entrevista na rádio BAND NEWS FM
14h -  Atividades Administrativas no Gabinete da Vice-Prefeitura
18h50 -  Entrevista no Band Cidade
20h -   Encontro com líderes comunitário em Boca da Mata.
 
Pastor Sargento Isidório (PDT)
 
9H – Entrevista para o site Varela Notícias 
 
14H30 – Caravana do 12 nos bairros 
 
15H – Visita ao Vale das Pedrinhas 
 
16H – Nordeste de Amaralina 
 
17H – Santa Cruz
 
Fábio Nogueira (PSOL)
 
7H - Entrevista às rádios Excelsior e Vida 
 
9H - Entrevista à revista Quilombo 
 
11 H - Panfletagem em frente à Petrobras com Nelson Araújo e Hilton Coelho  
 
15 H - Panfletagem no Iguatemi com Hilton Coelho  
 
 17 H - Panfletagem nas faculdades do Comércio com Hilton Coelho
 
 19 H - Entrega da Medalha Zumbi dos Palmares na Câmara de Vereadores.  
 
Daluz (PRTB)
 
O candidato Da Luz pela manhã visita a Feira de São Joaquim, pela tarde distribui as mídias nas emissoras e a noite ele participa do "Encontro com os Prefeituráveis na Unifacs 2016".

saiu; www.bocaonews.com.br

Prazo para saque do PIS/Paseb termina amanhã (31)

Têm direito ao abono trabalhadores que tiveram a carteira assinada por pelo menos 30 dias em 2014

Termina Hoje, a prorrogação do prazo para sacar o Abono Salarial do PIS/Pasep ano-base 2014. O valor de R$ 880 está disponível para saque nas agências da Caixa ou do Banco do Brasil e deve atender a aproximadamente um milhão de trabalhadores em todo país.
(Foto: Arquivo CORREIO)
A lista dos trabalhadores com direito ao abono que ainda não fizeram os saques está disponível no site do Ministério do Trabalho. A relação está dividida por estado e município. Os nomes dos trabalhadores estão em ordem alfabética.
Segundo o Ministério do Trabalho, têm direito ao abono salarial de 2015 as pessoas cadastradas no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos; com remuneração mensal média de até dois salários mínimos durante o ano-base de atribuição do benefício; e que exerceram atividade remunerada durante pelo menos 30 dias em 2014.
saiu; www.correio24horas.com.br