quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Vera Cruz: menino de 10 anos foi morto por 'entregar' colega de sala

De acordo com a polícia, um dos suspeitos arremessou a bolinha de papel em outra colega, e Jeferson Nascimento o dedurou
Familiares e amigos do estudante Jeferson Nascimento Santos, 10 anos, ainda estão inconformados com a morte do garoto, que teve o corpo encontrado na manhã desta quarta-feira (31). Eles se reuniram na porta da delegacia e do Fórum de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, Região Metropolitana de Salvador, com cartazes pedindo justiça pela morte do garoto, que, segundo a polícia, foi motivada por uma bolinha de papel, que gerou uma briga na Escola Municipal Raimundo Afonso Borges, onde ele estudava no 4º ano.
De acordo com o titular da 24ª Delegacia (Vera Cruz), Geovani Paranhos, um dos suspeitos da morte, um adolescente de 14 anos, era colega de sala de Jeferson e estaria envolvido na briga na escola. “Chegamos aos jovens, adolescentes de 14 e 16 anos, na segunda-feira, a partir da denúncia do pai que tinha tido uma briga entre Jeferson, um dos suspeitos e uma menina. Eles compareceram à delegacia na segunda-feira, negaram o crime, mas depois confessaram”, disse o delegado. 
Jeferson foi morto com quatro facadas e pauladas
(Foto: Arquivo Pessoal)
De acordo com o diretor da escola, o garoto foi suspenso porque trocou socos e pontapés com a colega de sala. Ainda segundo ele, apenas Jeferson e a colega foram suspensos. O adolescente de 14 anos suspeitos de cometer o crime, colega também de sala de Jeferson, não foi punido. "Começou com isso de jogar bolinha de papel. Sabe como é criança, né?", disse Paulo Ribeiro, diretor da unidade, onde estudam 107 alunos. A escola não teve aula hoje e não deverá ter expediente amanhã por conta do enterro. 
Para o delegado Paranhos, o irmão da menina armou a emboscada e convenceu o colega de sala de Jeferson a atrair o menino para a vingança.
O pedreiro José Luiz dos Santos, 46, pai da vítima, contou que Jeferson negou que tenha jogado a bolinha de papel na colega. “Esse colega tinha jogado uma bolinha de papel na menina, mas ela achou que tinha sido Jeferson, bateu nele. Mas Jeferson negou e disse que foi outro menino e os três foram suspensos”, afirmou.
A briga aconteceu na terça-feira (23) e todos foram suspensos, e só poderiam retornar à escola na presença dos pais, na terça-feira (30). Jeferson foi morto na quinta-feira (25). Ainda de acordo com José Luiz, o filho lamentou pela suspensão. “Ele chegou em casa dizendo: ' eu só vou poder entrar na escola por uma coisa que eu não fiz, porque não fui eu que joguei a bolinha de papel', relatou. “Uma barbaridade dessa, ninguém esperava por isso”, completou.
Na linha de investigação da polícia, o colega de Jeferson teria ficado irritado por ter sido dedurado por ele na escola e premeditou o crime. O adolescente atraiu a vítima para um matagal afirmando que eles iam brincar de caçar no mato, uma das brincadeiras preferidas do garoto. Jeferson foi morto com quatro facadas e pauladas.
A mãe do adolescente é vizinha da família de Jeferson, mas negou à polícia que tivesse conhecimento sobre o crime. De acordo com o delegado, o adolescente de 14 anos se mostrou arrependido. Ele e o outro adolescente de 16 anos, foram levados ao Fórum, onde uma multidão se aglomera, pedindo justiça. Viaturas da Rondesp RMS fazem o reforço do policiamento na porta da unidade. Os dois devem ser transferidos para Salvador ainda hoje.
O corpo de Jeferson foi levado para o Departamento de Polícia Técnica, em Santo Antônio de Jesus. Ainda não há informação sobre o enterro.
saiul; www.correio24horas.com.br

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