sábado, 26 de março de 2022

Teatro - ZONA CONTAMINADA - Caio Fernando Abreu

 A peça teatral "Zona Contaminada" foi escrita por Caio Fernando Abreu e conta com quatro versões, a primeira de 1978 e a última, de 1993, versão que finalmente conheceu os palcos.


Esta peça foi descrita pelo próprio autor como uma "comédia de humor negro", mas que também poderia ser um "espetáculo alucinado".



A ideia da "Grande Peste" permeia todo o espetáculo. Já na descrição do ambiente, Caio fala "O diretor fica livre para pirar, dos horrores dos campos de concentração nazistas, passando pela Talidomida, explosões nucleares (um bom cogumelo atômico), vírus (dá-lhe HIV) ampliados..."


Em um ambiente distópico, afetado pela radiação das bombas nucleares, que formaram uma massa de nuvens que escureceu os céus, pessoas ditas normais, que estão tomadas pelo medo, medo dos "contaminados", afetados pela doença, a grande doença, a maior de todas.

Já no início, Vera diz que precisa matar um "contaminado". Mais uma vez, a denúncia do hiv, nos seres ditos “contaminados” (“CARMEM – Me larga, eu não estou contaminada.”, ao que o Homem responde: “Hum... é verdade, não tem nenhuma mancha. Nenhuma ferida. Bom, isso não prova nada. A peste deve estar em seus estágios iniciais. No começo não se nota nada”) e inclusive o uso da camisinha como proteção metaforizada pelas luvas (“O homem então tira um par de luvas de borracha de algum lugar, veste-as e começa a lubrificá-las lentamente”.


A aids se junta à ameaça nuclear, e a ditadura militar, para formar este caldo distópico e doente que embebe toda a obra. Mas no teatro de Caio, a peça que ainda mais aborda a questão do hiv foi "O Homem e a Mancha", que já foi abordada aqui no blog:


https://www.lhivrosearthivismo.com/post/teatro-o-homem-e-a-mancha-caio-fernando-abreu


No YouTube, consegui localizar algumas montagens da peça, sendo que a que mais me chamou a atenção foi uma montagem com direção de Antônio Marques, que você poderá assistir abaixo:


https://youtu.be/zcjLy_3qyvs



FICHA TÉCNICA: Texto: Caio Fernando Abreu Direção Geral: Antônio Marques Assistente de Direção: Anderson Souza Cenografia: Hamilton Lima Direção Musical: Paulinho de Oliveira Preparação Vocal: Ana Paula Albuquerque Direção Coreográfica: Sivaldo Tavares Elenco: Agamenon Abreu, Denise Correia, Gilson Garcia, Leonardo Freitas, e Lívia França. Figurino e Adereços: Agamenon Abreu Maquiagem: Roberto LaplaneFonte: lhivrosearthivismo

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