A Associação MEtamorfose Ambulante de usuárixs e familiares do sistema de saúde mental do estado da Bahia (AMEA) vem a público manifestar sua indignação, diante do assassinato de um usuário do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), de Campo Formoso, Bahia.
O rapaz que estava em surto, foi acusado de empunhar um espeto de churrasco e ameaçar um policial. Ora, ante o poder duma arma de fogo, pouco pode uma falsa espada. Um tiro pro alto, ou mesmo um gesto de força – que poderia ser afetuoso também – transformaria essa tragédia em ato trivial de cuidado. Portanto, isso foi uma “Ação Covarde”. Se o policial militar se dispusesse ao diálogo franco e, se ele tivesse o apoio de técnicxs profissionais de saúde mental, capazes de acolher o sujeito e reconhecer sua inquietação, mui provavelmente, não ocorreria esse episódio triste.
Quando forças armadas, designadas para manter a segurança numa unidade de saúde mental, extrapolam suas funções e atiram para matar uma pessoa descompensada, tem alguma coisa de podre no reino baiano. Ainda mais, quando não se ouve nem lê, nenhuma repercussão a respeito desse assunto. Ninguém quer saber de maluco pobre.
E assim, esses crimes permanecem impunes, disfarçados de legítima defesa.
E assim, esses crimes permanecem impunes, disfarçados de legítima defesa.
A AMEA expressa profunda indignação com o fato, e pede esclarecimentos públicos da Polícia Militar, da gestão do CAPS de Campo Formoso e da Coordenação Estadual de Saúde Mental. Isso é o mínimo de respeito que a sociedade baiana exige, para que não seja submetida a critérios pessoais subjetivos, que podem nos levar de volta à barbárie, onde os conflitos se resolvem através da violência.
A AMEA se coloca à disposição dos familiares da vítima, para tomar qualquer medida cabível, no âmbito da Justiça e dos Direitos Humanos.
Sendo assim, ciente do nosso lugar, em defesa do direito à vida de um usuário do sistema de saúde mental do estado da Bahia (que foi brutalmente violentado), nós assumimos nossa posição em prol do protagonismo da pessoa, em relação ao seu cuidado, quando estiver em sofrimento psíquico.
Desse modo, sem mais a declarar, solicitamos a divulgação desta NOTA DE REPÚDIO.
Quanto mais cidadãos souberem que violações e violências ainda são cometidas nos corpos frágeis e vulnerabilizados dxs usuárixs dos serviços públicos de saúde mental, mais apoio e adesões pode-se ter nessa luta, que se trava em busca de conquistar uma verdadeira REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL.
Quanto mais cidadãos souberem que violações e violências ainda são cometidas nos corpos frágeis e vulnerabilizados dxs usuárixs dos serviços públicos de saúde mental, mais apoio e adesões pode-se ter nessa luta, que se trava em busca de conquistar uma verdadeira REFORMA PSIQUIÁTRICA ANTIMANICOMIAL.
saiu: www.jornalfolhapopular.net.br
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