Familiares e amigos de jovem negro assassinado pela PM em Itinga vão às ruas pedir justiça

Na tarde dessa quinta feira (09), dezenas de pessoas caminharam pelas ruas de Itinga em um ato de protesto pela morte de Ramon Henrique de Jesus Santos, 32 anos, que foi alvejado durante ação da PM no dia 2 de fevereiro.

Parentes e amigos do jovem assassinado fecharam parte da Estrada do Coco no intuito de chamar a atenção das autoridades e cobrar um posicionamento da polícia, “hoje faz sete dias que mataram meu esposo e a PM não divulgou uma nota sequer, é como se fosse um cachorro” Diz a viúva, indignada.

Além de cobrar por justiça os amigos e parentes também estão muito preocupados com a versão apresentada pelos policiais que sugerem que o jovem Ramon era bandido e que estava em um carro roubado, uma vez que a polícia civil já informou que não havia queixa de roubo do veículo que estava sendo utilizado por Ramon na tarde do crime.

“Há uma tentativa covarde de manchar a honra de Ramon, não podemos permitir que nossa família sofra mais essa violência. Meu primo era trabalhador e nunca teve passagem pela polícia. Desafio alguém a apontar algum delito praticado por ele”, afirma um dos primos de Ramon.

O Coletivo de Entidades Negras (CEN), entidade que ajudou na organização do ato, solicitou agenda com o Coronel Anselmo Brandão, Comandante Geral da Polícia Militar da Bahia para que esse crime possa ser apurado, as providencias sejam tomadas e os culpados sejam punidos.

“O estado tem que reparar essa família, é preciso uma indenização. Quem vai custear a educação, a faculdades dos dois filhos de Ramon? O estado tem que assumir isso” Disse Ricardo Andrade, Coordenador do CEN em Lauro de Freitas.

Ao passar em frente a Base Comunitária, os manifestantes questionaram o modelo de segurança pública e cobraram mudanças nas abordagens policial e respeito aos cidadãos.

Nessa sexta-feira (10), uma comissão formada por parentes e amigos de Ramon irá até a 81ª CIPM para cobrar as providências necessárias do novo comandante, Major João Neto, assim como o imediato afastamento dos envolvidos no assassinato de Ramon.

Faixada da marcenaria onde Ramon trabalhava

Caminhada segue pela Terraplac em direção a Estrada do Côco

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