quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

Caso de jovem negro estuprado por policial gera revolta na França

Um jovem negro de 22 anos foi vítima de uma grave agressão sexual por parte de policiais em Aulnay-sous-Bois, na França. O caso repercutiu na mídia, fazendo com que uma onda de protestos eclodisse pela cidade e nas redes sociais com a hashtag #JusticePourTheo (Justiça Para Théo, em francês).
No dia 2 de fevereiro, quatro policiais abordaram Théo e o revistaram contra o muro. De acordo com o relato do rapaz, os homens agrediram-no fisicamente e verbalmente sem motivo. Em meio a cuspes e insultos racistas, um deles o levou a um canto mais reservado e o estuprou com um cassetete. As cenas foram registradas por uma câmera de vigilância.
Em seguida, os policiais colocaram o jovem dentro da viatura e levaram-no até a delegacia, onde outros profissionais apontaram que Théo deveria ser encaminhado ao hospital. Depois de passar por cirurgias, o rapaz permanece internado com ferimentos graves e ficará 60 dias afastado do trabalho.
A comoção com o acontecimento foi mundial, causando diversas manifestações na França nos últimos dias. Por três noites consecutivas, Aulnay-sous-Bois e outras regiões se tornaram palcos de confrontos, com carros, pontos de ônibus e restaurantes vandalizados. Os manifestantes pediam o fim da violência policial no país, com gritos como “sem justiça, não há paz” e “polícia, estupradores e assassinos”.
Na internet a hashtag #JusticePourTheo tomou conta do Twitter com mensagens – em diversas línguas – mostrando apoio ao jovem e indignação em relação ao caso.
Ao lado do presidente François Hollande, que o visitou no centro médico, ele deu uma entrevista para a televisão francesa em que relata o acontecimento e pede paz aos habitantes de sua cidade natal. “Minha cidade, vocês sabem que eu a amo muito. Eu gostaria de encontrá-la da mesma maneira que a deixei, por favor”, desabafou. Théo ainda mostrou sua confiança no sistema francês e completou: “Vamos ficar unidos. Eu confio na justiça e ela será feita. Parem com a guerra, rezem por mim”.
Os quatro policiais envolvidos no crime foram suspensos. Um deles foi acusado por estupro, enquanto os outros por violência voluntária.
Fonte: Catraca Livre / www.jornalfolhapopular.net.br

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