"Agora
fala-se em mudança. Mas mudar o que realmente? Eu não entendo essa
linguagem. A mudança é outra coisa, uma nova roupa colorida e
brilhante".
Marcelo Cerqueira - Presidente do GGB Grupo Gay da Bahia
É
um titulo de uma canção antiga cantada por Elis, mas muito atual. Você
não sente, não vê, mas não posso deixar de dizer meu amigo, uma nova mudança em breve vai acontecer. O que era novo hoje é antigo, precisamos todos, rejuvenescer!!
Rejuvenescer o Programa Nacional de Aids do Brasil, modelo de prevenção para o mundo inteiro e hoje o pior do mundo, fazendo com que a doença desde 1980 hoje passe de no Brasil de mais de 656.701 notificações;
Rejuvenescer o apoio e o reconhecimento do movimento social Brasileiro na sua importância local. Hoje poucas entidades comunitárias mantem suas sedes abertas e funcionando por falta de apoio do governo federal, programas de prevenção, combate a homofobia, saúde, economia criativa, etc.
O governo Federal criou o SINCON ( Central de convênios) onde toda
entidade até aquelas da Amazônia do meio da Selva, que não tem
computador e nem internet estão submetidas. Tudo bem, fazer essa
exigência aos Estados e Municípios, correto, mas submeter o movimento
social a isso é uma contradição;
Rejuvenescer a redução da carga tributária das entidades da sociedade
civil, submetidas a uma legislação que só faz dificultar o pouco
trabalho de quem ainda consegue fazer alguma coisas. Diferenciar as
entidades por seus orçamentos e finalidades nesse sentido, inclusive
podendo fazer a opção pelo Simples Nacional, o que é vetado ao movimento
social;
Rejuvenescer os serviços especializados de Saúde na cidade e no Estado
por meio de repasse direto para essas finalidades de "Atenção
especializada" no tratamento de doenças como Aids e outras. O
aumento da doença cresceu e os Estados e municípios não conseguem fazer
a consolidação dos serviços nas base, considerando que muitos
municípios não possuem serviços especializados e acabam superlotando os
pontos de referência no Estado, que não suportam a carga da demanda, por falta de médicos, hospitais e outros serviços.
Rejuvenescer uma politica clara e eficiente de combate a homofobia e promoção da diversidade de orientação sexual, considerando
que a cada dai um LGBT é morto no Brasil, que todas as mudanças que
tivemos foram fruto do Judiciário e nenhuma expressiva veio do executivo
nacional. Isso inclui a falta de editais públicos em todas as áreas,
educação, saúde, justiça e trabalho. Inclua-se nisso as estatais como
Petrobras que mantem uma politica de patrocínio que beneficia alguns e
discrimina outros. Se nesses 13 anos de governo, para se
manterem no poder, não fizeram coisas expressivas para nós como a
criminalização da homofobia, e sim ficaram mordendo e assoprando, porque
não liberaram dinheiro e recursos para os movimentos sociais de gênero,
saúde, combate a homofobia poderem trabalhar e fazerem a revolução na
ponta em suas comunidades. Ao que parece dinheiro foi o que não faltou,
especialmente para alguns privilegiados.
Como eu "deixei de ser
branca para ser franca" não posso esconder que foi com Fernando Henrique
que o movimento social brasileiro teve reconhecimento e melhor,
dinheiro para trabalhar ações diversas nas suas bases. Hoje
realiza-se para tudo Conferências, inclusive LGBT que reune o movimento
social para brigar entre si, nossos pares na formulação de propostas que
não saem do papel e a cada Conferência, as mesmas propostas são
reeditadas. Agora
fala-se em mudança. Mas mudar o que realmente? Eu não entendo essa
linguagem. A mudança é outra coisa, uma nova roupa colorida e brilhante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário