Polícia Federal realiza operação em Eunápolis, Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro
Três cidades do Extremo Sul da Bahia - Eunápolis,
Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro - estão sendo alvo na manhã desta
terça-feira (07) de uma operação da Polícia Federal (PF) que
investiga contratos fraudados em valores de aproximadamente R$ 200
milhões. Segundo a PF a operação, batizada de Fraternos, tem o objetivo
de 'desarticular organização criminosa criada por prefeitos parentes
entre si, responsáveis por fraudar licitações nas prefeituras'.
Os prefeitos José Robério Batista de Oliveira (PSD),
de Eunápolis, Claudia Oliveira (PSD), de Porto Seguro, e Agnelo Santos
(PSD), de Santa Cruz Cabrália, foram afastados dos cargos por ordem da
Justiça Federal e ainda são alvos de mandados de condução coercitiva -
quando são levados para prestar depoimento. O CORREIO entrou em contato
com as prefeituras, mas não teve retorno até o momento. A PF chegou a
pedir a prisão dos três prefeitos, mas o Tribunal Regional Federal da 1ª
Região negou.
Em 2012 quando ainda era candidata Claudia apareceu
em um vídeo debochando sobre um possível desvio de verba de orçamento da
cidade. O vídeo foi divulgado pelo jornal O Globo.
Cerca
de 250 policiais federais, com apoio de 25 auditores da
Controladoria-Geral da União e de membros do Ministério Público Federal,
cumprem, nos estados da Bahia, São Paulo e Minas Gerais, 21 mandados
de prisão temporária, 18 de condução coercitiva e 42 de busca e
apreensão, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
As investigações, de acordo com a investigação da
PF, apontam que as prefeituras envolvidas contratavam empresas
relacionadas ao grupo familiar para fraudar licitações, simulando a
competição entre elas. "Após a contratação, parte do dinheiro repassado
pelas Prefeituras era desviado, utilizando-se de “contas de passagem” em
nomes de terceiros para dificultar a identificação do destinatário
final dos valores arrecadados, que, em regra, retornavam para membros da
organização criminosa, inclusive através repasses a empresa de um dos
prefeitos investigados. Essas mesmas empresas também eram utilizadas
para a lavagem do dinheiro ilicitamente desviado", afirmou a PF, em
nota.
Em um dos casos investigados, segundo as
investigações, uma das empresas do esquema tinha como sócio um
ex-funcionário de outra empresa do grupo criminoso, que teria investido
R$ 500 mil integralização do capital. Os policiais federais descobriram,
no entanto, que a renda mensal do ex-funcionário era de apenas R$ 800 à
época.
"Os policiais identificaram uma verdadeira “ciranda
da propina” na qual as empresas dos parentes revezavam as vitórias das
licitações para camuflar o esquema e, em muitos casos, chegavam ao
extremo de repassar a totalidade do valor contratado na mesma data do
recebimento a outras empresas da família. Os investigados responderão
pelos crimes de organização criminosa (Art. 2º, Lei 12.850/13), fraude à
licitação (Art. 89 e 98, Lei 8.666/93), corrupção ativa e passiva
(Arts. 317 e 333, CP) e lavagem de capitais (Art. 1º, Lei 9.613/98)",
destacou a PF.
saiu: www.correio24horas.com.b
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