quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Grafiteiro é obrigado a cobrir pintura em fonte do Rio Vermelho

Eder Muniz produziu uma série de pinturas nos muros do Rio Vermelho - Foto: Margarida Neide l Ag. A TARDE

 
O grafiteiro Eder Muniz, conhecido como Calango, viu sua arte ser transformada em caso de polícia nesta terça-feira, 28, no Rio Vermelho, em Salvador, após ser denunciado durante pintura de uma fonte da região.
Responsável por uma série de obras em diferentes locais do bairro, o artista resolveu, de forma voluntária, renovar os desenhos de sua autoria nos muros da região. Ele também escolheu uma fonte próxima ao Alto da Sereia, que se encontrava em estado de abandono, para fazer um novo grafite.
A primeira etapa foi pintar o monumento de verde para, em seguida, criar o desenho. Entrentanto, Calango denuncia que, neste momento, um representante da prefeitura-bairro Barra-Pituba se aproximou com dois guardas municipais para impedi-lo de prosseguir com o trabalho.
"Quem fez a denúncia foi Eliú Araújo, que é da prefeitura-bairro. Eles me conduziram até a 7ª delegacia (Rio Vermelho), onde os guardas negociaram com ele que eu pintasse a fonte de branco. Os moradores se manifestaram a meu favor e não entendiam porque estavam fazendo aquilo", relata o grafiteiro.
Eder revela que, no total, gastou cerca de R$ 2 mil com o material necessário para as produções, além de ter estudado a história da fonte para escolher o tema da pintura.
"Como é que a prefeitura incentiva o projeto (de grafite) no Comércio e, em seguida, fica nessa perseguição. Acho que tem que se investir na arte de rua, já que em Salvador há cada vez mais artistas, inclusive mulheres. Eu estava colaborando para a renovação do Rio Vermelho. Acho que falta respeito com o nosso trabalho", enfatiza.
Um agente da 7ª delegacia confirmou o fato, mas ressaltou que não houve registro da ocorrência.
Guarda municipal
Em nota, a Guarda Civil Municipal informou que uma patrulha do órgão foi acionada por Eliu Araújo, representante da prefeitura bairro/Barra, “após este detectar que o senhor Eder efetuava uma pintura sem autorização, em uma fonte que já havia sido pintada pela prefeitura, na região da Ondina.”
Ainda segundo o comunicado, o artista teria  se responsabilizado por voltar a pintar “o bem público na tonalidade em que estava (branco), retirando todo o verde que havia sido aplicado, não havendo a necessidade de apresentação à delegacia, visto que as partes resolveram no local o problema.”
Por causa do acordo, Eder realizou a pintura e assim o representante da prefeitura-bairro preferiu não prosseguir com o registro da queixa.

saiu: atarde.uol.com.br

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