Não basta ser colorido no nome. Tem que transformar o
beco num arco-íris de verdade, com chão pintado em cores diversas e
decoração especial. A empreitada vai tomar forma no Carnaval num beco
que sequer precisa de referência oficial. Pouca gente, aliás, sabe que o
famoso Beco da Off (antiga boate gay) se chama, no papel, Rua Dias
d’Ávila – ligação só para pedestres entre a Avenida Oceânica e a Rua
Marques de Leão, na Barra.
A partir do dia 3 de fevereiro, a rua já vai ganhar
outro nome: Beco das Cores. “Ali tem toda uma tradição do público LGBT,
que curte horrores naquele local, então, nós decidimos fortalecer”,
explica o presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac
Edington, responsável pela organização do Carnaval. Segundo ele, na
entrada do local será montada uma torre eletrônica.
(Foto: Evandro Veiga/ARQUIVO CORREIO)
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É lá que o folião vai pisar num chão com faixas
coloridas e curtir o som de DJs a partir da sexta (5) de Carnaval, até o
final da folia, a partir das 19h, sempre no intervalo entre a passagem
dos blocos do Circuito Dodô. Embora seja frequentada, tradicionalmente,
pelo público gay, esta é a primeira vez que a Rua Dias d’Ávila
funcionará como espaço oficial LGBT da folia.
Em 2014, o local escolhido foi o Largo Dois de
Julho, onde foi montada a Vila da Diversidade, também com apresentações
de DJs, shows de transformistas. Naquele ano, o espaço LGBT ficava mais
próximo do Circuito Osmar. “Vamos colocar os DJs justamente para animar
nos intervalos entre um bloco e outro. Quando terminar os desfiles, a
gente ativa outra torre eletrônica que fica na frente do Farol da
Barra”, adianta Isaac. Segundo ele, os DJs ainda estão sendo
contratados, mas assegura que haverá atrações locais e de fora da Bahia.
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Público fielOs
DJs vão tocar até as 3h, já que o local da festa precisa ser organizado
e higienizado para o dia seguinte. No último dia de festa, no entanto,
eles animam o público até a manhã da Quarta-feira de Cinzas. “A música
eletrônica não poderia estar de fora. Este ano, a gente está
consolidando um espaço, valorizando uma atratividade para o público
LGBT”, indica.
Mas a folia voltada para a turma do babado não se
concentrará só na Barra. De acordo com o presidente do Grupo Gay da
Bahia (GGB), Marcelo Cerqueira, a Praça Castro Alves terá programação
com shows de transformistas do sábado (6) à Quarta-feira de Cinzas (10).
“Eu acho que o Carnaval tem que abrir mais espaço pra LGBT, porque foi
um grande momento de visibilidade nossa, mas hoje nós nos perdemos no
meio da multidão”, afirma ele.
O público gay está mesmo em todos os cantos da
festa. “O Carnaval de Salvador, a cada dia, tem se tornado mais gay. Os
blocos das divas, Ivete, Claudinha, Alinne Rosa, Daniela, se tornaram
praticamente gays. É um público que é muito exigente, gosta da coisa com
muita qualidade, tanto na parte de produção, como decoração, e é fiel
ao produto”, avalia José Augusto Vasconcelos, um dos sócios da San
Sebastian, boate voltada para o público gay que também terá programação
especial na folia.
Referências
O público gay está em todos os blocos do Carnaval: do Crocodilo, puxado por Daniela Mercury, aos Filhos da Gandhy, ritmados ao som do agogô. Mas alguns se destacam por ter ganhado, ao longo dos anos, a preferência do segmento e dos simpatizantes. É o caso, além do próprio Crocodilo, dos Mascarados, Coruja e, mais recentemente, Eu Vou e Largadinho.
O público gay está em todos os blocos do Carnaval: do Crocodilo, puxado por Daniela Mercury, aos Filhos da Gandhy, ritmados ao som do agogô. Mas alguns se destacam por ter ganhado, ao longo dos anos, a preferência do segmento e dos simpatizantes. É o caso, além do próprio Crocodilo, dos Mascarados, Coruja e, mais recentemente, Eu Vou e Largadinho.
Um que deve entrar nesse rol, já este ano, é o Chá
Rosa. O bloco é inspirado na festa carioca Chá da Alice e, em Salvador,
será puxado por Alinne Rosa, e tem por trás o grupo San Sebastian.
Segundo André Magal, um dos sócios do grupo, os abadás serão estilizados
e terão acessórios.
A coluna VIP do CORREIO, assinada por Telma
Alvarenga, antecipou que os foliões vão usar fantasias inspiradas na
história de Alice no País das Maravilhas. O modelito é da figurinista
trans Bruna Bee, que compõe a equipe do Chá da Alice, no Rio. O Chá Rosa
desfila às 19h de domingo (7), no Dodô. Alinne puxa ainda o Eu Vou, no
sábado, às 22h, também na Barra-Ondina.
Na segunda e terça de Carnaval, o Largadinho sai ao
som de Cláudia Leitte, outra que já ganhou o público gay. A negalora
desfila os dois dias na orla, sempre no sétimo lugar da fila.
Historicamente, é o Crocodilo, bloco prestes a
completar 31 carnavais, que costuma reunir o maior número de foliões
homossexuais. Eles são comandados por Daniela Mercury, que é casada com a
jornalista Malu Verçosa. Este ano, o Crocodilo desfila no domingo (7) e
na segunda (8), no Circuito Dodô, sempre as 17h.
Mais opçõesHá
ainda blocos como o Coruja, que sai no domingo e na segunda com Ivete
Sangalo – Osmar e Dodô, respectivamente – e na terça de Carnaval com a
Timbalada, na Barra. Nele, o folião pode escolher entre abadás normais
ou VIPs - estes últimos dão acesso ao carro de apoio, sanitário
exclusivo, entre outras regalias.
Mas quem quiser se divertir, de graça, pode curtir a
pipoca no tradicional Os Mascarados. Como o próprio nome já diz, a
regra é usar fantasia – nada de abadá. É a 17ª vez que o bloco vai
desfilar. Este ano, sai às 21h da quinta-feira (4), na Barra-Ondina. Um
casal de atores cariocas, que não teve o nome revelado, foi convidado
para apadrinhar o bloco, que já teve neste posto artistas como Marisa
Orth, Luís Miranda, Vera Holtz e Luana Piovani. Segundo a assessoria do
bloco, atrações devem ser confirmadas até depois de amanhã.
saiu:
http://www.correio24horas.com.br/
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