sexta-feira, 17 de março de 2017

"Melher" Violentada mesmo depois de morta

A veiculação de fotos nas redes sociais da transexual Camila Albuquerque, assassinada no bairro de Águas Claras, no ultimo dia 15, revela a precariedade, o descuido e o desleixo do Estado no trato com as pessoas simples de nossa sociedade, e que se mostra ainda mais perverso, se essas pessoas forem de grupos minoritários como LGBTTs. Camila foi violentada, mesmo depois de morta.
É revoltante ver a exposição do cadáver nu de Camila a beira da pista. Os técnicos no IML não tiveram o devido cuidado. O corpo estava vestido quando foi encontrado e mesmo que faça parte do trabalho da perícia, acredito que não deveria ser permitido fotografar e expor daquela forma.
Tenho plena certeza de que se fosse uma mulher branca moradora do Itaigara que tivesse sido encontrada morta, o tratamento seria diferente. Ao invés de desnudar, esses mesmos técnicos cobririam o corpo, e impediriam que populares fotografassem. Mas compreendo, que essa é a lógica do racismo, da homofobia, do machismo e do sexíssimo. Nossos corpos são a expressão da nossa raça e tanto quanto nossas almas, precisam ser destruídos e expostos.

O corpo nú de Camila, exporto na beira da pista, remete-nos a cabeça de Maria Bonita, fincada numa estaca e exposta na praça. Um recado a todos e todas que insistem na luta por direitos e equidade. O IML, que já tem precedentes de iniquidade em seus serviços, precisa abrir uma sindicância para apurar esse caso. Eu entendi o recado e não gostei. Aproveito o espaço para mandar outro. Essa política vexatória é muito parecida com a de TEMER. Par um bom entendedor, meia palavra basta.
Saiu: www.jornalfolhapopular.net.br

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