sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Redação Pragmatismo Redação Pragmatismo Editor(a) Compartilhar 0 RELIGIÃO01/OCT/2015 ÀS 12:05 61 COMENTÁRIOSMenina praticante de Candomblé é agredida por intolerância religiosa

Menina de 14 anos é chamada de 'macumbeira' e agredida fisicamente na escola um dia depois de postar foto ao lado da mãe e de uma amiga em centro de Candomblé. Desde o episódio, a adolescente não quer voltar à escola, assim como o irmão dela, de 11 anos
Agnes Candomblé Curitiba
Agnes, seguidora do Candomblé, afirma que não quer voltar para a escola por ‘vergonha’ (Reprodução/Facebook)
Uma jovem de 14 anos praticante de Candomblé não quer mais voltar para a escola desde que foi agredida por colegas de classe no dia 31 de agosto, em Curitiba, no Colégio Estadual Alfredo Parodi.
Agnes teria sido vítima de intolerância religiosa, afirmam testemunhas. A motivação para a agressão foi uma foto, postada no dia anterior em uma rede social, em que a menina aparece ao lado da mãe e de uma amiga, as três do Candomblé. As informações são do jornal Extra.
Agnes ainda tentou explicar como a religião funcionava, mas foi interrompida por uma estudante que a chutou, fazendo com que Agnes batesse a cabeça na parede. Enquanto isso, os outros estudantes teriam gritado: “chuta que é macumba”.
“A gente ia levar uma amiga no aeroporto e tirou uma foto com ela lá. A Agnes foi marcada na foto e viram no Facebook dela. No dia seguinte, na primeira aula, uma menina disse que não queria ficar perto da Agnes porque ela era da macumba. A Agnes começou a explicar o que era, mas depois falaram que iam chutá-la, porque ela é da macumba. A menina foi e chutou a Agnes, que caiu com a cabeça na parede”, afirmou Dega Maria, mãe de Agnes.
agnes candomblé
Dega só soube da agressão por intolerância religiosa quando foi buscá-la na escola. “Tia, a Agnes está machucada lá dentro”, disse um estudante. “Entrei para dentro da escola e vi a minha filha com o rosto machucado, sangrando, um galo enorme da testa. E ela me falou: “Essa menina me chamou de macumbeira. Disse que a senhora não presta, que a senhora é uma doença”, conta a mãe da menina agredida, que reclama que até o momento não recebeu nenhum tipo de retorno da escola, a não ser a orientação para procurar um psicólogo.

Intolerância

De acordo com Dega Maria, não é a primeira vez que ela e a filha são vítimas de intolerância religiosa.
“É comum isso. Uma vez fomos a uma padaria comprar alguma coisa e fomos perseguidos, eu e meus três filhos, por um carro com rapazes de camisa de “exército de Jesus”. Dessa vez agora eu preferia que tivesse acontecido comigo, seria diferente. A Agnes está sofrendo muito, está muito magrinha, com o rosto machucado, com vergonha, sem vontade de voltar ao colégio”, afirma.
Casa de Oxumarê, uma das maiores de Candomblé do Brasil, divulgou uma nota de repúdio ao episódio.
“Casos como esse devem ser rechaçados com o máximo vigor! Assim, a Casa de Oxumarê, na sua histórica e incansável luta contra a intolerância religiosa, se solidariza com o sofrimento experimentado pela menina Agnes e, sobretudo, repudia veementemente tais atos de intolerância religiosa”, diz parte da nota. Leia a íntegra abaixo:
Candomblé Agnes menina agredida
Saiu;www.pragmatismopolitico.com.br

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