Fazia sol em Piatã e o mar estava perfeito para pegar onda. Mas, na manhã deste sábado (10), ao menos naquele trecho da praia, ninguém se arriscou em manobras radicais. O dia era de homenagens a Marcelo Tosta dos Santos, 37 anos, morto na madrugada do último dia 3, durante show no Coliseu do Forró. Dançarino e representante comercial, Marcelo também era surfista e tinha muitos amigos que pegavam onda.
Era quase 10h quando cerca de 30 surfistas entraram no mar e fizeram um círculo. Uma cerimônia que eles chamam de “bolha”. Em seguida, os surfistas voltaram para a areia, onde estavam, além de muitos amigos, a mãe, o pai, os irmãos e um dos filhos de Marcelo. Todos fizeram uma oração e finalizaram as homenagens com uma salva de palmas.
O irmão, Hamilton Tosta dos Santos, de 41 anos, era um dos surfistas. Aliás, foi ele que apresentou o surf a Marcelo, ainda menino. Hamilton se disse reconfortado com a bela homenagem. “A gente tem que se prender a alguma coisa, né? É um conforto muito grande ver e participar de uma homenagem tão bonita”.
Os companheiros de manobras no mar, alguns deles de infância, destacaram o pai e o filho exemplar que Marcelo foi, além de amigo sempre disposto a ajudar e cheio de vontade de viver. “Se juntar todo mundo aqui não chega à energia que Marcelo tinha. Viveu mais intensamente que todo mundo aqui”, disse Jorge Oliveira, 37 anos. “Quase todo mundo aqui é amigo dele desde menino”.
Os familiares estão inconsoláveis. Mas a mãe de Marcelo, reuniu forças para falar do filho. “Desde pequeno sempre foi honrado, digno, trabalhador. A alegria em pessoa. Cheio de amigos que o amavam. É impossível aceitar isso. Não dá para aceitar, não dá para conviver com isso”. O pai sequer conseguia falar.
(Foto: Alexandre Lyrio/ CORREIO)
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A irmã, Bianca Tosta, pediu Justiça em nome da família. “A família pede Justiça. Que esse caso não fique impune. A gente sabe que nada vai trazer ele de volta. Mas a gente precisa ver esses assassinos presos”. Marcelo foi atingido por cinco disparos em uma discussão durante o show da Banda Vingadora, que se apresentava no palco da casa de shows Coliseu do Forró, em Patamares. Ele chegou a ser socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos.
(Foto: Reprodução/ Facebook)
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InvestigaçõesO guarda municipal Nailton Adorno do Espírito Santo, apontado como um dos envolvidos no crime, foi preso e encontra-se custodiado no Hospital Geral dos Estado, já que também ficou ferido na briga. No último dia 6, sua prisão em flagrante foi convertida em preventiva. A polícia agora está à procura do guarda civil municipal Ricardo Luiz Silva da Fonseca, 36 anos, suspeito de participação na morte do dançarino.
Ricardo já possui mandado de prisão contra ele. Na manhã desta sexta-feira (9), equipes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) foram até um endereço, no bairro de Pernambués, tentar capturar o guarda municipal. De acordo com a SSP, oservidor municipal não foi encontrado e familiares não souberam informar onde ele estaria. O irmão do guarda foi ouvido e disse que Ricardo possui uma pistola 380, da marca Glock, além de um veículo modelo Veloster (Hyunday).
"As investigações apontam que a vítima foi morta por uma arma de fogo com as mesmas caraterísticas da usada pelo guarda, bem como a fuga de um dos autores se deu com um carro Veloster preto. Ou seja, todas as informações conferem", explicou o diretor do DHPP, José Bezerra. O delegado contou também que testemunhas reconheceram Ricardo como sendo o autor dos disparos. "Estamos com equipes nas ruas checando locais que ele costumava frequentar", disse Bezerra, acrescentando que o guarda é considerado foragido da Justiça.
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