O
sindicato dos empregados no comércio do Rio de Janeiro (SecRJ) realizou
na manhã desta quinta-feira (30) piquetes em diversas lojas do centro
da capital. A mobilização faz parte das atividades da campanha salarial
dos trabalhadores e trabalhadoras do comércio naquele estado. Entre as
lojas que receberam a ação estão unidades do Ponto Frio, Casas Bahia e
Lojas Americanas.
Por Railídia Carvalho
SecRJ
Comerciários em assembleia: 80% da categoria é formada por mulheres
Além de impedir a entrada de clientes por períodos que variaram
entre 30 minutos e uma hora, os dirigentes do sindicato informavam a
proposta de reajuste defendida pela entidade. Também aconteceram
piquetes em frente ao supermercado Mundial, TeleRJ e Ricardo Eletro.De acordo com a assessoria de imprensa do sindicato, havia a orientação dos empregadores de que os trabalhadores se mantivessem no interior da loja para não ouvir o carro de som do sindicato. Mesmo assim, comerciários e comerciárias enviavam mensagens de apoio ao grupo de whatsapp do sindicato, informou a assessoria.
Os empregadores solicitaram novo prazo para apresentar propostas e
na próxima semana as negociações devem ser retomadas. Apesar de admitir
que algumas propostas das empresas significam avanços para o segmento, o
sindicato recusou porque elas estão vinculadas às convenções temáticas.
Significa que os 10% de reajuste, que alcança ganho real para o
segmento, está atrelado à renovação do banco de horas e do trabalho aos
domingos e feriados pelo prazo de dois anos. A proposta foi rejeitada
pelo sindicato. Na avaliação da entidade, aceitar essas condições neste
momento enfraquece as próximas campanhas salariais.
“Os patrões não queriam dar aumento, mas não demos confiança e
fizemos muito barulho. Tentaram nos empurrar 8%, menos do que a
inflação, o que também não aceitamos. Percorremos o comércio e levamos a
Campanha à TV, rádios, ruas e redes sociais, alcançando centenas de
milhares de trabalhadores. Deu certo! Com nossa pressão, o patrão
começou a abrir a mão”, declarou Márcio Ayer, presidente do SecRJ.
Na quarta-feira (7) acontecerá nova assembleia para avaliar as
negociações e as ações do movimento que segue com indicativo de greve.
Precarização
No domingo (26) completou um ano em que a nova diretoria do
sindicato assumiu colocando um fim às gestões da família Mata Roma que
dominou o sindicato desde a intervenção durante a ditadura militar. A
gestão atual se deparou com um quadro de acordos salariais prejudiciais
aos trabalhadores e trabalhadoras e, mesmo assim, constantemente
descumpridos.
O piso salarial básico é de 965 reais por 44 horas semanais de
trabalho, incluindo finais de semana. O empregado é submetido à
constante prática de assédio moral que levou o sindicato a criar a
campanha Comerciário Denuncia, que será lançada nos próximos dias.
Desde a chegada da atual diretoria, o número de denúncias aumentou
300% e a entidade calcula que atende por semana aproximadamente mil
trabalhadores. Deste número, quase 80% são mulheres. Entre as queixas,
estão desvio de função, não pagamento de horas extras e assédio moral
usando a manutenção do emprego para impor uma condições de trabalho
precário.
“Já conseguimos proteger nossas famílias da inflação, mas ainda
temos muitas outras lutas pela frente. Para que elas se tornem
conquistas, temos que fortalecer nosso Sindicato, com mais sócios e mais
participação nas assembleias”, reforçou Márcio Ayer.
Assista o vídeo de um dos piquetes realizado nesta quinta-feira pelo SecRJ
Assista o vídeo de um dos piquetes realizado nesta quinta-feira pelo SecRJ
Do Portal Vermelho, com informações do portal SecRJ
saiu: http://www.vermelho.org.br
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