domingo, 19 de abril de 2015

Corpo de cobrador morto na Ribeira é sepultado em meio a protestos de rodoviários

No enterro, amigos e colegas cobravam justiça
O corpo do cobrador Everaldo de Oliveira Silva, morto depois de ter o corpo queimado em um ataque a ônibus na Ribeira, foi sepultado no final da tarde deste domingo (19) no Cemitério Campo Santo, na Federação. Em protesto depois da morte do colega, rodoviários pararam as atividades às 17h de hoje para participar do sepultamento. Uma fila de ônibus se formou na ladeira do Campo Santo - os coletivos que fazem linha do bairro da Ribeira foram até o local e ficaram ali até depois do sepultamento.
Enterro levou centenas ao cemitério Campo Santo (Foto: Marina Silva)
No enterro, amigos e colegas cobravam justiça e acusavam as empresas de ônibus de não oferecer segurança aos rodoviários, só se preocupando com o estado dos ônibus. A fila de ônibus na Federação chegou até a Politécnica, da Ufba. Por volta das 19h, uma fila de ônibus parados também eram vistos na avenida Vasco da Gama. Alguns rodoviários na Estação da Lapa também não tinham voltado a circular até por volta das 19h30. Em outros pontos da cidade, os coletivos voltaram a rodar.
Apesar de correntes em redes sociais afirmando que vai haver paralisação de ônibus nesta segunda, o Sindicato dos Rodoviários afirma que o movimento será normal. Segundo Fábio Primo, vice-presidente do sindicato, o que aconteceu hoje foi uma manifestação de luto pela perda do colega e nesta segunda não há previsão de paradas.  "O sindicato descarta qualquer possibilidade de paralisação. Se tiver algo, não será da parte do sindicato", afirma.
Roque Messias, diretor da Associação da Comissão da União dos Rodoviários da Bahia, também nega qualquer paralisação. "Não tem nada programado para amanhã. Na próxima quarta a gente tá programando um encontro na frente do Iguatemi, porque haverá uma reunião no Setps sobre o dissídio, mas é um encontro da categoria para mostrar que estamos aqui, não vai mexer com o movimento, com a atividade operacional", garante.
No próprio enterro, em meio à comoção, alguns rodoviários falavam que a categoria deveria parar e exigir segurança. Durante o sepultamento, eles cantavam "ô, rodoviário parou, rodoviário parou". O cemitério estava lotado e a filha de Everaldo passou mal durante o enterro.
Fila de ônibus durante enterro (Foto: Marina Silva)
Morte
Everaldo de Oliveira Silva, 62 anos, morreu por volta das 4h deste domingo, após ter 75% do corpo queimado durante um protesto no bairro da Ribeira, no dia 3 de abril. Ele estava internado no Hospital Teresa de Liseux, onde já tinha passado por uma cirurgia para reconstrução da pele. 

Everaldo ficou ferido depois de um grupo invadir um ônibus da Praia Grande e atear fogo ao coletivo. Um jovem de 22 anos também se feriu na ação criminosa.


De acordo com testemunhas, os homens que atearam fogo ao veículo estavam vestidos com camisas com a foto do garçom e porteiro Fabiano Santos Souza, 28 anos, encontrado embaixo de um viaduto na Baixa do Fiscal no dia 2 de abril.
Ninguém foi preso pelo crime.
(Foto: Marina Silva/Arquivo CORREIO)
* Com informações da repórter Thais Borges   http://www.correio24horas.com.br

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