sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Wagner pode estar revendo ideia de retirar PT da disputa em favor do MDB em Salvador, por Raul Monteiro*

 Foto: Divulgação/PT

Um dos nomes da federação, Robinson Almeida parece ter ganho mais consistência, enfraquecendo plano de Wagner de pedir que ele se retire da disputa

Provavelmente só o senador Jaques Wagner (PT) poderá resolver o imbroglio que lhe atribuem envolvendo a sucessão municipal de Salvador do lado do governo. Com a reunião em que a federação formada pelo seu partido, o PCdoB e o PV, discutiu, na última terça-feira, a importância de o candidato a prefeito sair do grupo, os nomes dos deputados estaduais Robinson Almeida (petista) e Olívia Santana (comunista), ambos interessados em liderar a disputa, ganharam novo impulso, reforçando o obstáculo para que a unidade se dê em torno do candidato do MDB, o vice-governador Geraldo Jr.

Representativo, com a presença dos deputados, vereadores e dos principais líderes dos três partidos, além de Olívia e Robinson, que o convocou, o encontro deixou claro que vai ser difícil dissuadir as legendas de que não deve sair de suas fileiras o nome do candidato a prefeito da oposição em Salvador. O debate ocorreu também sob a inspiração de uma preocupação dos vereadores do PT, relativa a uma tese controversa, baseada na suposição de que enfrentariam uma dificuldade adicional para renovar seus mandatos na Câmara Municipal de Salvador, caso o prefeiturável seja de um partido que não pertence à federação.

A Wagner se atribui a responsabilidade pela solução do impasse porque dizem que ele é quem faz oposição a que o PT apresente candidato. Por isso, por vias indiretas, teria estimulado a candidatura do liderado Robinson como forma de impedir que prevalecesse o desejo do ministro petista Rui Costa (Casa Civil) de, depois de filiá-lo ao seu partido, lançar o afilhado José Trindade, presidente da Conder, à sucessão municipal. Ocorre que, por causa da preocupação dos vereadores, Robinson parece ter batido asas, enfraquecendo o plano de Wagner de pedir que ele se retire da disputa em favor do MDB.

Não se sabe se porque o senador concluiu que seria uma violência contra o parlamentar e a agremiação ou porque passou a antever algo à frente que ninguém ainda pode perceber. A postura adotada no encontro de terça-feira pelo presidente estadual do PT, Éden Valadares, um dos seus pupilos mais destacados, de defesa da candidatura de um nome proveniente da federação, dissipou qualquer dúvida de que o senador definitivamente reviu seus conceitos quanto à melhor estratégia para o grupo enfrentar, no ano que vem, o prefeito Bruno Reis (União Brasil), cujo favoritismo é inconteste.

Por hora, a tática do senador parece ser a de querer ganhar tempo, o que a declaração do governador Jerônimo Rodrigues (PT), agora empurrando a escolha do candidato para novembro, apenas confirma. Wagner também pode ter se desanimado com o candidato do MDB, ao constatar que move-se por intrigas, o que restou mais uma vez provado na confusão que armou para se sentar à mesa na abertura de um evento privado, da Ademi, colocando imprudentemente a si e ao principal mandatário do Estado em linha de confronto com o setor econômico mais importante da cidade. No PT, a resistência ao seu nome quintuplicou.

Fonte: politicalivre

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