A manifestação no Centro do Rio, nesta sexta-feira
(23) contra o aumento das tarifas de ônibus, que começou por volta das
18h30, foi em todo seu percurso liderada por uma manifestante que usava
apenas biquíni e galochas. À frente do cordão de
policiais militares que acompanhava a passeata, ela desfilava e se
dirigia aos PMs aos gritos de “Eu quero ver a ditadura”. Ela provocava
os policiais com jatos de perfume e até beliscões nas suas faces. E
acompanhou a passeata à frente dos PMs até o fim, por volta das 21h,
quando os manifestantes começaram a se dispersar. O tráfego foi
interditado na Avenida Presidente Antônio Carlos por volta das 18h40. Os
manifestantes, que se concentravam ao lado do Tribunal de Justiça,
seguiram pela Rua Primeiro de Março e desistiram de continuar pela
Avenida Presidente Vargas até a Central, como era o planejado, para
marchar pela Avenida Rio Branco, que foi fechada ao tráfego por volta
das 19h20. Na C-nelândia, eles se dividiram em
dois grupos: um ocupou as escadarias da Câmara dos Vereadores, e outro
seguiu pela Rua Araújo Porto Alegre, pretendendo voltar ao Tribunal de
Justiça. Depois de alguma hesitação, o grupo que estava na Cinelândia se
juntou aos que resolveram voltar ao ponto de encontro do início da
passeata. Os manifestantes escolheram como ponto
de encontro o Tribunal de Justiça, segundo explicaram, por causa do
julgamento de ativistas presos nas manifestações violentas de 2014. Eles
denunciavam perseguição do estado e cerceamento da liberdade de
expressão e exigiam a libertação dos presos. Este é
o quarto ato desde o reajuste das passagens. A manifestação foi
pacífica e teve entre seus integrantes o ativista José Maria Galiace de
Oliveira, de 85 anos, que ajudava a segurar a faixa que abria a
passeata. "Eu vou morrer lutando", afirmou,
contando ainda que participou de duas lutas armadas no país, viveu duas
ditaduras e chegou a ter uma filha torturada pelo regime. Os
manifestantes declaravam que a luta não é pela simples redução do valor
da passagem de ônibus, reajustada em R$ 0,40 no começo de janeiro,
passando de R$ 3 para R$ 3,40. "É para reduzir até
zerar. Agora é o povo que vai mandar no transporte", informava o texto
de convocação para o protesto, organizado pelo Movimento Passe Livre do
Rio. O grupo defende a estatização do serviço de transportes e o passe
livre para toda a população. (G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário