terça-feira, 28 de novembro de 2023

 O apodrecimento da música baiana é um sintoma alarmante de uma cultura que se desintegra diante de nossos olhos. O pagode baiano, um dos pilares da identidade cultural da região, agora ecoa com letras que glorificam o tráfico, armas, crimes e promiscuidade e até apologia a sexo sem camisinha. Mas o problema vai além das letras decadentes; é a complacência do poder público que mais choca.

Como é possível que o poder público permaneça alheio a esse desvio da cultura, permitindo que as ondas sonoras carregadas de mensagens destrutivas invadam espaços públicos sem restrições? Como pode o Estado fechar os olhos para a disseminação de conteúdo inadequado, sem se responsabilizar pelo impacto que tem nas mentes jovens e na estrutura social como um todo?

A falta de regulamentação e fiscalização nesse cenário é inaceitável. O poder público tem o dever de zelar pela cultura e pelo bem-estar da sociedade, mas sua inércia diante dessa contaminação cultural é um desserviço à comunidade. Onde estão as políticas culturais que deveriam proteger e promover expressões artísticas que enaltecem valores positivos?

Além disso, qual é o papel do poder público na educação e na proteção da infância diante dessa invasão de conteúdo inapropriado? Como é possível que não haja medidas para proteger as crianças da exposição precoce a mensagens que normalizam comportamentos prejudiciais?

É hora de cobrar responsabilidade do poder público, não apenas dos artistas e produtores, mas também daqueles que têm o poder e a obrigação de criar políticas e medidas que preservem e promovam uma cultura mais saudável. É imperativo que sejam estabelecidos parâmetros claros, regulamentações e fiscalizações eficazes para proteger a integridade da música baiana e, por conseguinte, da sociedade que a nutre e a consome.

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