terça-feira, 3 de março de 2020

Afeto e Lugar: Pessoas com Dificuldades de Locomoção e Espaço Urbano.

Arquitetura, Espaço, Acesso e Afeto.

A Construção de uma Experiência Afetiva por Pessoas com Dificuldade de Locomoção.

Resumo.

O artigo procura compreender a percepção e a experiência espacial nos espaços urbanos a partir da mobilidade de Pessoas com Dificuldade de Locomoção (PDLs) (que se locomovem em cadeira de rodas ou com o auxílio de muletas, pessoas com deficiência temporária ou permanente, pessoas idosas, mulheres grávidas, pessoas obesas, pessoas de baixa estatura, entre outras). Uma versão deste trabalho foi apresentada no Seminário Internacional Sociedade Inclusiva, realizado na PUC-Minas em maio de 2004.
O artigo tem como base os estudos voltados para a psicologia ambiental e parte da compreensão de que a consciência de mundo é criada a partir dos sentidos despertados nas imagens mentais dos lugares. Estas imagens conduzem ao desenvolvimento de significados individuais dentro do universo de diferentes grupos culturais.
Para melhor compreender as possíveis apreensões do espaço pelas PDLs, este artigo comenta que a diferença no caminhar leva a diferentes maneiras de percepção, dificulta a compreensão dos significados do espaço e afeta o comportamento social, uma vez que este grupo percebe o ambiente de outros ângulos de visão. Finalmente, o artigo mostra que a deficiência física deve ser vista basicamente como um estado de limitação entre o sujeito e o contexto de suas atividades. Esta deficiência poderia ser minimizada através de uma correta concepção do ambiente construído.

Introdução.

Algumas correntes voltadas para os aspectos psico-culturais do espaço têm contribuído para o estudo da experiência dos usuários das cidades, subsidiando projetos de arquitetura e de desenho urbano. Pesquisadores que se debruçam sobre o estudo do desempenho do espaço construído têm procurado aperfeiçoar metodologias para aferir o grau de satisfação dos usuários do ambiente urbano.
Pode-se perceber, através destes estudos, que, apesar da produção do espaço urbano continuar sendo feita, em grande parte, a partir dos referenciais do chamado "homem-padrão" (possuidor de todas as habilidades físicas, mentais e neurológicas), temos assistido, nas últimas décadas, ao surgimento de um crescente número de trabalhos com abordagens mais holísticas do meio ambiente. Estes estudos se limitam, geralmente, a estudar as características de acessibilidade física de pessoas portadoras de deficiência para subsidiar propostas de readequação dos espaços públicos.

FORTE: Bengalalegal.com

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