terça-feira, 21 de agosto de 2018

‘Caso Adelson’. Parlamentares vão pedir investigação e proteção à família


Parlamentares pedem proteção do Estado para família de Adelson

Os parlamentares Valmir Assunção, deputado federal e o vereador de Salvador, Suica, ambos do PT, provocados pelos movimentos sociais de Lauro de Freitas, vão cobrar do governador e do secretário de segurança pública explicações sobre o caso de Anderson Borges, jovem morto durante operação da PM, no ultimo dia 08 de agosto, na localidade do Leila de Diniz, conhecida como Casinhas, no bairro de Itinga.
A mãe de Adelson denuncia que seu filho foi executado por PMs. Uma testemunha ocular do fato, afirma que Adelson depois de alvejado, estava caído com as mãos pra cima e ainda assim, foi morto pela polícia.
Valmir Assunção, que é ligado ao movimento dos Trabalhadores Sem Terra, externou sua preocupação com Lauro de Freitas e afirmou que tem acompanhado alguns casos de atentado à vida e desrespeito aos direitos humanos. “Já denunciei no plenário da Câmara a atuação de grupos de extermínio em Lauro de Freitas. Nosso mandato está à disposição da sociedade laurofreitense. Estamos aqui para somar e contribuir com a prefeita Moema que já foi nossa colega de parlamento”. Ressaltou.
O vereador Suica que é diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Limpeza, SINDLIMP, também reiterou a necessidade de barrar o avanço da violência em Lauro de Freitas. Suica destacou o caso da funcionária da câmara que foi agredida por um parlamentar no dia do desfile cívico municipal.
Os parlamentares se comprometeram a acompanhar e assistir a família de Adelson. O mandato de Valmir Assunção vai pedir a inclusão da família no programa de proteção a testemunha. Lideranças comunitárias alertam para o perigo de uma possível retaliação e até mesmo queima de arquivo.
Representantes dos movimentos sociais e membros do Conselho de Igualdade Racial sugerem o afastamento provisório do comandante de 81ª CIPM até que as investigações sejam concluídas.
O plantão da morte
O fato que mais intriga e provoca as lideranças comunitárias, movimentos sociais e agentes de direitos humanos é que a maior parte das mortes advindas das operações policiais acontecem em plantões específicos. O Movimento Negro Unificado – MNU, vai propor o levantamento das mortes e o cruzamento com esses plantões.

Elucidação dos assassinatos
‘Se a competência para elucidar os crimes fosse semelhante a que a tem para matar, teríamos uma das melhores polícias do Brasil. Aqui não se elucida nada, as pessoas são mortas e enterradas como animais. Quando o crime é na parte nobre, parece que uma outra atmosfera se projeta sobre a cidade. Quando morremos do lado de cá é como se nada tivesse acontecido’. Desabafa um dos membros do Conselheiro de Igualdade Racial.

As policias e a inversão dos papeis
Um policial civil aposentado, que prefere não se identificar, concedeu entrevista a FOLHA e disse que há uma grande confusão nos papeis da policia em Lauro de Freitas. Ele entende que as funções precisam ser redefinidas.
‘A policia militar não é responsável por investigação. Quem investiga é a Civil. Já houve casos da gente (policia civil) está investigando um grupo ou elemento há meses para desmontar esquemas do crime, mas por conta de uma ação momentânea e não estratégica da outra polícia o trabalho foi todo por água abaixo… O crime é uma engrenagem complexa, essas ações esporádicas é o mesmo que enxugar gelo. Para cada um que cai existem 10, 20, 30 para ocupar o lugar. Precisamos de mais inteligência’. Concluiu.

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