sábado, 27 de junho de 2015

Conjunto Habitacional Dona Lindu Pregadores declaram guerra à capoeira na itinga.


                                                           (Mestre Regi, Professor Gerson)

Não bastassem os fatos de ódio e intolerância religiosa que pipocam por todas as partes do país e já despertam preocupação da sociedade, fundamentalistas resolveram aqui em Lauro de Freitas perseguir a prática da capoeira, atividade lúdico-esportiva centenária e de resistência que é considerada patrimônio imaterial da humanidade.

A denúncia é do professor Gerson, da Associação Beneficente Cultural Filhos de Oxossi Guerreiro, figura carimbada da capoeira municipal, que desenvolve um importante trabalho de resgate e ocupação do tempo ocioso de vários adolescente no conjunto habitacional Dona Lindu, Portão, Pitangueira e Lagoa dos Patos. Gerson é aluno do mestre Regi.

O fato ocorreu ontem, 24/06 durante um culto religioso, realizado no setor C do residencial Dona Lindu, quando o pregador se dirigiu à adolescentes, alunos do professor Gerson e os aconselhou abandonar a capoeira, sugerindo que seria uma prática diabólica.

Indignados com a postura do pregador, alunos, moradores e simpatizantes da capoeira procuraram o professor Gerson que foi tirar satisfações. Uma grande discussão foi gerada e a turma do deixa disso atuou no sentido de acalmar os ânimos.

Vários professores e mestres de capoeira solidarizaram com professor Gerson e o incentivaram a continuar sua luta pela vida da juventude que está a sua volta. O Mestre e artista Tonho Matéria ao ser informado do ocorrido também se manifestou.

“é preciso entender que a cultura é livre. A religião sim, limita as pessoas, mas a cultura liberta. Todos somos livres e temos o direito de fazer aquilo que gostamos. Cada um em seu cada qual. Fatos como esses não podem tornar a acontecer, a capoeira é uma pratica do bem, só faz o bem a mente e ao corpo, confundir cultura com religião é falta de entendimento, é ignorância. Afirmou”.

A presidente do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial, Sandra Regina, alerta que essa não é uma pratica isolada e que muitos outros casos podem ser observados em lugares diferentes da cidade. Ela pede que as autoridades tomem providencia.

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