sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A polícia não gosta da gente

Preconceito racial, Policia Militar acaba com festa no Residencial Quinta da Glória
Após ação desastrosa da PM no residencial Quinta da Glória no último sábado dia (30), quando  policiais em viaturas da Policia Militar, interviram de forma truculenta para acabar com atividade cultural realizada pela Juventude negra do local, a conclusão que se tem é de que a polícia não gosta daquela comunidade.
O Coletivo de Entidades Negras (CEN), junto a (Secretaria de Promoção da Igualdade Racial) SEPROMI,
Conselhos Municipal e Estadual de Juventude, Secretaria de Justiça e o Fórum de Pós Ocupação dos empreendimentos do Minha Casa Minha Vida (MCMV) coordenados pela Caixa Econômica Federal, têm se esforçado para manter uma relação com as comunidades negras em situação de vulnerabilidade social no sentido de estabelecer diálogos e propor ações que visem o desenvolvimento e atenção para essas comunidades. O problema é que a polícia muitas vezes vem na contramão de tudo isso.
Nos esteios das ações do CEN no Quinta da Glória, diversos eventos ocorrerão e todos eles com o objetivo de fortalecer a autonomia e valorização da comunidade, assim como o pertencimento e a identidade étnico racial.
No caso dessa atividade cultural, durante uma semana, jovens da Família QDG (Quinta da Glória) e o Coletivo de Entidades Negras a organizaram com o objetivo de entreter, proporcionar lazer e juntar jovens daquela comunidade. Seria uma atividade pequena mobilizando cerca de 80 jovens, mas o final foi desastroso.
“Foi uma semana inteira de conversas, reuniões, pedidos de apoio e muito trabalho. Vimos tudo ser destruído em apenas 3 minutos. Uma decepção”. Afirma uma das jovens.
Na hora da intervenção policial cerca de 50 jovens participavam da festa na comunidade quando, por volta das 21:40, três viaturas da Policia Militar lotadas na 81ª CIMP entrou no residencial, mandou desligar o som e abordou todas as pessoas que estavam na festa. Segundo os depoimentos, houve xingamentos e uma mulher foi agredida. Os policiais mandaram embora os que não moravam no residencial. Quebraram as garrafas de bebidas e recolheram o fio de eletricidade que alimentava o som do carro.
Para Marcos Rezende, coordenador do Coletivo de Entidades Negras, organização política do movimento negro, que juntamente à órgãos do estado tenta desenvolver ações na comunidade no sentido de promover o desenvolvimento politico, social e de cidadania, a ação da polícia foi desnecessária e racista. Marcos afirma que a forma preconceituosa com que a polícia olha para essas comunidades, todas elas negras, tem sido um entrave na relação Estado X Sociedade.
Ricardo Andrade, também coordenador do CEN, já havia se retirado do local quando o episódio aconteceu. Segundo ele, em conversa com o Major Fernando, comandante da 81ª ficou acordado que não haveria
Paredão e que a atividade se estenderia até as 21 horas. Andrade afirmou ainda, que nem houve contratação de som pois faltaram recursos aos jovens organizadores do evento.
“O revoltante é perceber que jovens brancos se divertem nos postos de gasolina e em seus bairros até altas horas da noite. Naquele dia, enquanto me dirigia ao condomínio Quinta da Glória, passei por diversos aglomerados onde jovens de classe média se divertiam, brincavam e namoravam em outros pontos da cidade e tudo isso, sem nenhum tipo de abordagem violenta da polícia. Acredito que o vem acontecendo com a comunidade do Quinta da Glória é a criminalização da pobreza”. Afirma
O Coletivo de Entidades Negras remarcou uma nova ação para o próximo sábado (07) e vai tentar novo diálogo com a Companhia da Polícia Militar para que tudo ocorra dentro da ordem e os interesses da comunidade sejam assegurados.
Não conseguimos contatos com o comandante Fernando até o fechamento dessa matéria.
Saiu: www.jornalfolhapopular.net.br

2 comentários:

  1. Alugue um ônibus e leve sua comunidade do quinta dos Lázaro, pra curtir a festa no bairro nobre, junto com os brancos.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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