sábado, 7 de maio de 2016

Rapper MV Bill participa de ação contra ao Aedes aegypti em Salvador

Embaixador da Central Única das Favelas (Cufa), Bill acompanhou os voluntários na tarefa vistoriar as residências e conversar com a população
O sábado foi dia não apenas de dar aquela geral na casa, mas também de combater qualquer foco que sirva de morada para o mosquito aedes aegypti, transmissor do vírus Zika, da dengue e chikungunya. Promovida pelo Ministério da Saúde a Central Única das Favelas (Cufa), o Faxinaço Zika Zero mobilizou neste sábado (7) moradores das comunidades do Tororó e Mussurunga, levando informações e compartilhando de porta em porta, os cuidados necessários para evitar que o mosquito tome conta do pedaço. 
Faxinço Zika Zero, no bairro do Tororó, contou com participação do rapper MV Bill (Foto: Betto Jr.)
A ação contou ainda com a presença do rapper e embaixador da Cufa, MV Bill, que também acompanhou os voluntários na tarefa vistoriar as residências e conversar com a população. “É fundamental levar saúde para o gueto. Vejo o cara dizer que é da favela, mas é incapaz de tirar um dia para participar de uma ação como essa. Muitas vezes você pode chegar com estas informações e mudar o comportamento e a atitude das pessoas com relação a maneira que elas enxergam esta doença”, afirmou Bill.
A universitária Adriana Boa Morte, de 40 anos, foi uma das primeiras moradoras da Avenida Presidente Costa e Silva, no bairro do Tororó, que abriu a porta de casa para o Faxinaço Zika Zero. “Meu check-list é diário. Não deixo passar nada. Todo dia fico de olho”, contou. Depois de uma inspeção geral, Adriana se juntou aos outros multiplicadores para acompanhar a vistoria em outras casas. “Não adianta só a gente deixar tudo no lugar e não acumular água parada. É preciso conscientizar também nossos vizinhos, amigos e parentes. Não é um bem só para mim, mas para todos”, defendeu.
E esse movimento de passar adiante é para o coordenador da Cufa na Bahia, Abrãao Macedo, o objetivo principal da mobilização contra o mosquito aedes aegypti. O movimento estima que chegou a visitar só no sábado 100 casas em cada bairro.  “Queremos trazer as pessoas a se juntarem com o mesmo objetivo, principalmente neste período de chuva quando o risco de acúmulo de água parada é maior. A intenção é que elas se tornem multiplicadoras e que possam conscientizar a comunidade para o perigo da Zika e do risco de outras doenças transmitidas pelo mesmo mosquito”.
RiscosNa Bahia os números de casos de microcefalia provocados pelo vírus da Zika assustam. Segundo dados do Ministério da Saúde, foram notificados até agora 1.061 casos. Destes, 232 foram confirmados com um óbito. O Nordeste concentra 76,6% dos casos do Brasil. Destes, 14% estão na Bahia. “O enfrentamento do aedes envolve um esforço conjunto. As ações comunitárias, em sua maioria estão sendo realizadas no Nordeste por conta disso”, pontuou o diretor do Departamento de Articulação Interfederativa do Ministério da Saúde, Washington Jesus que também esteve presente no evento. “Este tipo de parceria que fizemos com a Cufa é uma das ações prioritárias para que a gente consiga chegar até a periferia e estimular o enfretamento ao mosquito”, acrescentou.
Na tentativa de contribuir para a redução destes índices, a gestora de Recursos Humanos Gislene Santana, 29, se juntou às vizinhas para Thaíse Guiomar, 32, e Dandara Laiane, 11, para fazer a diferença e acabar com qualquer foco do mosquito no bairro. Munida de baldes, vassouras e sacos de lixo, as meninas percorreram as casas da rua onde moram,  com a missão de não deixar passar nenhum foco sequer. “É gente que a gente conhece e sabe como chegar. Acho que isso facilita levar a informação. Comunidade é isso”.
Durante o dia, a ação contou com outras atividades como a apresentação da Band’Aiyê, do Ilê Ayê, Samba Tororó, Xarope MC e Dj Tau. Teve ainda grafite com Spray Cabuloso com o artista Marcos Costa. “Vamos deixar aqui esse painel hoje para que a comunidade lembre de combater a dengue todos os dias”, destacou o grafiteiro. Neste domingo (8) o Faxinaço Zica Zero acontece a partir das 9h30, na Rua do Sossego no bairro de Cosme de Farias. A expectativa da organização é que 150 casas sejam visitadas.
saiu:ww.correio24horas.com.br

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