terça-feira, 15 de dezembro de 2020

9 mitos e uma verdade sobre quem vive e convive com o vírus HIV

Quando os primeiros casos da Aids surgiram, no início dos anos 1980, ninguém sabia exatamente do que se tratava. Como a maioria das vítimas era de homens homossexuais, a “doença misteriosa” rapidamente ficou conhecida como a “peste gay”.

Depois, quando perceberam que não eram só gays que adoeciam, passaram a colocar a culpa também nos haitianos, hemofílicos e usuários de drogas. Mas não demorou muito para que as pessoas percebessem, enfim, que o local de origem ou a orientação sexual não eram “pré-requisitos” para contrair o vírus. Hoje, 35 anos após o começo da epidemia, sabe-se que o HIV pode atingir a todos e todas, sem distinção de gênero, classe, raça, origem ou orientação sexual.

Apesar disso, muitos pré-conceitos ainda resistem sobre as pessoas que vivem com o vírus. Mesmo hoje, superado o pior momento da epidemia e com avanços na medicina que permitem ao soropositivo viver bem e com saúde, diversos equívocos que sobreviveram ao tempo ainda fazem com que os portadores do HIV não consigam falar sobre isso abertamente, com medo de não conseguirem emprego ou dos amigos e familiares se afastarem. Por isso, veja a seguir quais são esses preconceitos:

Quem tem HIV é “aidético”.


O termo “aidético” já caiu em desuso há algum tempo. No entanto, ele ainda é muito usado de forma pejorativa. Além disso, ele também dá a entender que HIV e Aids são a mesma coisa, e não são. HIV é o vírus e Aids, a doença. Só tem Aids as pessoas soropositivas que desenvolvem os sintomas de HIV, que incluem deficiências imunológicas, já que o vírus começa a destruir as células de defesa, deixando o corpo vulnerável a todo tipo de doença. Quem tem HIV – o chamado soropositivo ou HIV-positivo – não necessariamente desenvolverá Aids, desde que siga corretamente o tratamento. Hoje, ele é feito com medicamentos antirretrovirais, que inibem a ação do HIV no organismo e impedem que ele ataque o sistema imunológico. Esse estágio da infecção, que costuma demorar de dois a dez anos após a exposição ao HIV sem tratamento, é conhecido como Aids, ou Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.


 Portanto, quem é soropositivo não tem a aparência magra, doente e com manchas no corpo. Essa é a imagem que se tem da Aids. Hoje, com as opções de tratamento existentes, é muito difícil encontrar alguém que tenha HIV com essas características.


Isso também não é verdade. Poucos sabem, mas é muito mais difícil ser infectado pelo HIV com um soropositivo do que com uma pessoa que desconhece sua sorologia. Isso porque, graças ao tratamento, a carga viral de muitas pessoas que vivem com o vírus está indetectável, ou seja, com menos de 40 cópias de vírus por mililitro de sangue. Isso é insuficiente para que haja a transmissão.

Estudos internacionais já mostraram que um soropositivo em tratamento e há seis meses com a carga viral suprimida tem 98% menos chances de transmitir o vírus durante o ato sexual. Essa, que foi eleita a descoberta científica do ano em 2011 pela revista Science, é também um dos mais importantes passos contra a discriminação de soropositivos e um salto na qualidade de vida de quem vive com HIV.

Soropositivos tendem a ficar mais vezes afastados do trabalho.







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